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Hotel Brasil a duas quadras do Café São Paulo

Por Henrique Packter 04/08/2020 - 09:11

Eu não tinha bens em Criciúma, aliás em lugar algum naquele mundo de Deus, fosse casa, apartamento ou automóvel eu nada possuía salvo alguns badulaques de meu modesto equipamento do consultório oftalmológico. Residi por algum tempo no Hotel Brasil, propriedade da família Dal Bó, frente à gare da Estrada de Ferro,  onde hoje está o Buraco do Prefeito. Depois aluguei apartamento frente à Praça Nereu Ramos quando marquei data para meu casamento. O prédio pertencia a Leandro Martignago, pai de Henrique Dauro. O Hotel Brasil existia desde 1950. Quando fui seu hóspede em janeiro de 1960, lá também se hospedava o Dr. João Conrado Leal, já falecido e por muitos anos anestesista do Hospital São João Batista. Era proprietária do hotel a matriarca Augusta Message Dal Bó auxiliada pelos filhos Basílio, José, Lino, Terezinha e Mário. Justamente em 1960 o Hotel foi vendido a Hilário Milanez que tocou o negócio até 1968. Nesse ano foi adquirido por José Raupp e Antonio Augustinho (o Pimenta), e é quando começa a funcionar com restaurante aberto à cidade. O clube de serviço Lions por muito tempo reuniu-se semanalmente nesse local. Em 1976 o hotel  foi adquirido por Ricardo Spillere e sua mãe Alzira Zatta Borges que o mantiveram até 2008.

UM EMPRÉSTIMO BANCÁRIO

- O que é que você quer seu Maneca?

- Pois não vê seu Chico que ando doente, deixei do trabalho na mina, a patroa anda com febre sezão e preciso de algum dinheiro para consertar a carroça e voltar a fazer carreto.

- De quanto precisa?

Era assim. Meio constrangido eu já ia me esquivando, saindo de mansinho, quando ele me olha e indaga:

- E tu?

Meu rosto devia parecer a camisa do glorioso colorado dos pampas e a língua pesava toneladas. Olhei para os lados em busca de ajuda.

- Então?

- Seu Corbetta, sou médico aqui na cidade tem uns seis meses e preciso comprar equipamento para meu consultório no Hospital São José.

As palavras saíram mais baixo que o planejado e tive de repetir o discurso ensaiado por vários dias.

- De quanto precisa?

Disse-lhe a importância. Agora sem olhar em minha direção e sem tirar os olhos do papel que preenchia laboriosamente disse-me que o empréstimo estava concedido, falou a hora para comparecer no dia seguinte, os documentos que deveria trazer e só.

- É só isso?

-Sim. 2.230

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