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Ernesto Lacombe avança pelo sul na revolução de 30

Por Henrique Packter 29/08/2020 - 10:13

Seguem caminhões às 6 horas da manhã alcançando Urussanga às 10, onde entram, apreendendo algumas armas da PM. Prendem o capitão Mello da Força Pública, comandante do destacamento de cinco homens. Pelas más condições da Estrada de rodagem, continuam a marcha por ferrovia. De trem em Urussanga, seguem para Tubarão, chegando às 5 horas da tarde, tomando tudo sem oposição alguma. Capitão Trifino fica na estação da Estrada de Ferro e Ernesto com mais 8 homens vão à Prefeitura onde o Prefeito Otto Feuerschuette e auxiliares aguardavam para entrega das chaves da cidade. Após as formalidades usuais nomeadas as autoridades, demite-se da ação militar. (Esta data também marca a retirada de OTTO para sua fazenda, período que se estende até 1935. Na fazenda, OTTO recebe intimação para entregar 3 reses destinadas à alimentação das tropas revolucionárias, animais escolhidos a dedo pelos militares, na fazenda Campestre e levadas para abate. Ernesto Lacombe informado, constatou a excelente qualidade do gado e mandou devolvê-lo, declarando: devolvo ao Dr. OTTO os animais; são de qualidade para exposição e não para serem abatidas. Otto foi o segundo médico em  Tubarão e o primeiro  tubaronense a formar-se em Medicina e voltar à terrinha.

LACOMBE X TRIFINO

Em manifesto, LACOMBE procura esclarecer o relacionamento problemático com TRIFINO e o motivo das discórdias entre ambos.

“Desde meu primeiro contato com Trifino Corrêa, verifiquei que ele não tinha competência militar, educação necessária, nem era portador de conduta ilibada como seu posto exigia. Dada a influência que conquistei quando da campanha eleitoral da Aliança Liberal nos municípios do sul, só a mim queriam obedecer as forças que estavam se formando e as que se haviam já incorporado desde Araranguá. Não querendo eu estabelecer qualquer conflito de mando e justamente porque meu objetivo era bem mais elevado do que obter glórias esparsas, agradeci aos amigos o pedido que me faziam de comandar as colunas em organização, deixei que capitão Trifino agisse livremente.

Começa em Tubarão a série de disparates e erros de Trifino Corrêa. Em documento imperioso, escrito pelo coronel João Alberto, se ordenava a Trifino que as forças invasoras marchassem sempre desde a tomada de Araranguá até ocupar a Garganta de Anitápolis, sem preocupação da retaguarda. Trifino, entretanto, desobedecendo essas ordens julgou mais acertado ficar em Tubarão, e por dois dias estacionou completamente.

Numa exposição ao coronel João Alberto e ao General Miguel Costa, frisei a necessidade imperiosa de ocupar imediatamente Laguna e Imbituba, logo depois de tomarmos Tubarão. Trifino se opôs a isso dizendo que só tinha instruções para tomar a Garganta de Anitápolis.

Na tarde de 4.10 corre a notícia de que destroier se aproximava de Imbituba para desembarcar 300 homens. Trifino, incontinente, manda tropa, já diminuída para 30 homens, embarcar no trem e pernoitar a 4 km da cidade, dentro dos vagões, abandonando a ótima posição tomada e permanece durante a noite sem ficar exposta a qualquer inimigo.
Entram em Tubarão com apenas 29 homens porque Trifino Corrêa, quando do embarque em Urussanga, onde eram 50, mandou voltar quatro caminhões com vinte e um homens, para, segundo dizia, requisitar nas colônias!

Entram em Tubarão com apenas 29 homens porque Trifino Corrêa, quando do embarque em Urussanga, onde eram 50, mandou voltar quatro caminhões com vinte e um homens, para, segundo dizia, requisitar nas colônias!

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