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Egídio Martorano, médico e político

Por Henrique Packter 31/01/2022 - 09:09 Atualizado em 31/01/2022 - 09:09

Morre em Florianópolis aos quase 90 anos este médico formado na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná (FMUFPR) em 1959. Foi meu colega da turma que também formou ZILDA ARNS NEUMANN e WALDYR MENDES ARCOVERDE, este ex-ministro da Saúde. Nesta mesma turma médica despontaram LINO LIMA LENZ, professor da UERJ na cadeira de Urologia e falecido neste mês de janeiro que passou, no Rio de Janeiro. Era natural de São Francisco de do Sul. Esta mesma turma médica formou também AFONSO ANTONIUK e CORIOLANO CALDAS SILVEIRA MOTTA, professores aposentados na FMUFPR, o primeiro na cadeira de Neurocirurgia.

Esta Turma de Medicina notabilizou-se pelo número de  professores que legou à história da Medicina Brasileira.  Nossos ex-colegas, ANTÔNIO PELISON e ANTONIO CARLOS SPRENGER lecionaram CLÍNICA CIRÚRGICA e WILSON CIDRAL, lecionou OTOLOGIA, todos na Federal do Paraná. Já MÁXIMO GONZALES DONOSO lecionou CIRUGIA PLÁSTICA na Faculdade Estadual de Medicina de Londrina, PR. INGEBORG CHRISTA LAUN foi chefe do Serviço de Endocrinologia do Hospital do IPASE no RJ e professora desta cadeira na Faculdade de Medicina de Petrópolis, RJ.

Outros colegas nossos, ÉLIA GOMES, natural de Florianópolis, pediatra em SP, era orientadora e professora na USP. Padre JOSÉ  RAUL MATTE, abnegado médico e padre, dedicou sua vida a cuidar dos índios da  Amazônia brasileira. Já falecido, doava parte de seu modesto aposento de dois salários mínimos a esta obra que abraçou e à qual serviu em jornadas com voluntários, buscando aldeias de indígenas ao longo do Rio Negro, entregando-lhes vestuários, alimentos, medicamentos e concertos de música de solos de flauta-doce. “Nunca tive plateia mais atenta e respeitosa”, dizia. NEON DE MELLO E OLIVEIRA foi outro colega nosso a dedicar-se ao ensino em São José do Rio Preto, onde ocupou a cadeira de OTTORINOLARINGOLOGIA. Já JOAQUIM DE PAULA BARRETO FONSECA, anestesista de especialidade, não só lecionou, mas também criou a Faculdade de Medicina da UNICAMP em Campinas, SP. Há outros, cujas vidas abordarei em outra ocasião, se Deus quiser. 

E quanto a EGÍDIO MARTORANO NETO, PAI DO CIRURGIÃO PLÁSTICO EGÍDIO MARTORANO FILHO?

Sempre fomos muito ligados, embora nos últimos anos tenhamos nos afastado por questões de trabalho. Egídio nasceu em 25.10.1932, em São Joaquim/SC. Filho de Domingos Martorano e de Alzina Vieira Martorano, seu antepassado, Domingo Martorano (1841-1923), natural de Casteluccio, Basilicata, Itália, filho de Egídio e de Mariana Gioia, foi pioneiro da colonização italiana em São Joaquim (1880).

Meu colega, Egídio Martorano Neto, ex-Deputado estadual, cursou o ginasial e o colegial no Colégio Catarinense, em Florianópolis/SC, formando-se em Medicina pela Universidade Federal do Paraná, especializando-se em Clínica Geral e Cirurgia Geral, em Porto Alegre/RS.

Casou com Leda M. Couto Martorano e é pai de Egídio Martorano Filho (conhecido médico cirurgião-plástico), Simone, Fabrício e Fabiano.

Elegeu-se duas vezes Prefeito de São Joaquim, em 1966 e em 1972. A iniciativa de atrair japoneses, instalados em SP, para São Joaquim  afim de dedicar-se ao plantio e cultivo de maçãs é atribuída a Egídio, quando prefeito. As florestas de Araucária estavam dizimadas pelas serrarias que funcionavam 24 horas por dia,  urgia substituir esta cultura de terra arrasada por outra que trouxesse empregos, respeitando e preservando  o meio ambiente.

Foi Diretor do Hospital Coração de Jesus de São Joaquim, Chefe da Unidade Sanitária no mesmo município, médico da Companhia de Águas e Saneamento do Estado de Santa Catarina (CASAN) e Diretor-Presidente da CLINIMED, Florianópolis.

Nas eleições de 1978, concorreu ao cargo de Deputado Estadual pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA), elegendo-se com 12.392 votos, tomando posse à 9ª Legislatura (1979-1983).

Em 1979, dirigiu a Divisão Hospitalar da Secretaria da Saúde do Estado de Santa Catarina e em 1981, exerceu as funções de Vice-Governador do Estado (14 a 23 de julho e de 28 de agosto a 21 de setembro).

Buscou por duas vezes a reeleição de Deputado Estadual no Parlamento catarinense, mas não se elegeu. Em 1982, pelo Partido Democrático Social (PDS), obteve 14.256 votos e, em 1986, pelo Partido da Frente Liberal (PFL), obteve 3.777 votos. EGÍDIO e  JORGE KONDER BORNHAUSEN sempre foram ligados por amizade pessoal e político-partidária marcante.

Pai amoroso, marido dedicado, profissional correto, EGÍDIO deixa lacuna difícil de ser preenchida e grande pesar em todos nós que o admirávamos e por quem nutríamos  amizade inabalável. Vai com Deus, amigo Egídio, até breve!

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