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Dr. Ruy Hülse

Ele foi prefeito de Criciúma entre 1966 e 1970
Por Henrique Packter 08/04/2024 - 10:22 Atualizado em 08/04/2024 - 10:24

Ruy Hülse completou 98 anos, lúcido e forte em 07 de fevereiro de 2024 na cidade de Criciúma. Os mais jovens vão se perguntar:

- Sim, e quem foi Ruy Hülse?

Ruy Hülse, filho do ex-governador Heriberto Hülse e de Lucy Corrêa Hülse, está recolhido à sua residência em Criciúma porém lúcido, mas com movimentação limitada pela idade, já avançada. É viúvo de Maria de Lourdes Candiota Hülse Evita atividades externas e é um exemplo de homem público. Atualmente é presidente de honra do Sindicato da Indústria de Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina (SIECESC). Natural de Criciúma, Ruy Hülse formou-se em Engenharia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, em 1950.  Foi eleito três vezes deputado estadual pela UDN e chegou à presidência do Legislativo catarinense. Em 1965, elegeu-se Prefeito de Criciúma pela UDN, para o período de 1966 a 1970. Em 1968, criou a Fundação Educacional de Criciúma (FUCRI), atual Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Conseguiu, junto ao Governo Federal, implantar a BR-101 a partir de Criciúma, entre outras realizações.

Sendo Presidente da Assembleia, assumiu o cargo de Governador do Estado catarinense por 11 dias em 1960, durante o Governo de Heriberto Hülse, seu pai, que se licenciou para tratamento de saúde. Ruy foi deputado estadual em SC por 3 legislaturas pela UDN entre 1954 e 1964. Pela mesma UDN foi prefeito de Criciúma entre 1966 e 1970. Desempenhou suas atividades profissionais em empresas carboníferas de nossa região e foi assessor da diretoria da CECR ISA, Cerâmica Criciúma SA, secretário municipal em Criciúma, secretário estadual adjunto do governo de SC. Ocupou por longos anos a presidência do Sindicato da Extração do Carvão de Criciúma (Sindicato dos Mineradores).

UMA JORNADA MÉDICA DE GRANDE SUCESSO

Durante seu governo como prefeito a partir de 1966, teve oportunidade de patrocinar em grande parte, jornada médica de caráter estadual, a primeira em Criciúma e uma das primeiras não realizada em Florianópolis. Na qualidade de presidente da Regional Médica da Zona Carbonífera coube a mim presidir a Jornada Médica, instalada no Colégio Madre Tereza Michel. A Jornada da Associação Médica de Santa Catarina trouxe grandes nomes da Medicina nacional como Silvano Raia de São Paulo, Renato Faillace (hematologista dos Laboratórios Faillace), Renato Paglioli (neurologista em Porto Alegre e filho de Eliseu Paglioli, ex-ministro da Saúde e professor de Neurologia na URGS), Estela Budiansky (pediatra em Port o Alegre). O estado de SC por inteiro fez-se representar por seus nomes médicos mais expressivos.

ONDE SÉRGIO JOCKYMAN ENTRA NA HISTÓRIA

A Jornada Médica trouxe a Criciúma um espetáculo teatral de sucesso em Porto Alegre: A Mal Criação do Mundo, de Sérgio Jockyman, jornalista e noticiarista de TV. Parido a fórceps, Sergio Jockymann nasceu quase cego do olho esquerdo. Mas isso não impediu que lesse muito com o direito. Absorvia todos os livros que encontrava na biblioteca de Cruz Alta, 336 quilômetros da capital, Porto Alegre. Nascera em Palmeira das Missões, mas foi morar em Cruz Alta depois que o pai ganhou uma farmácia numa partida de pôquer. Seria a Farmácia de Érico Veríssimo?

Jockyman comentava de tudo na TV: de esportes a noticiário internacional. Lembro de uma de suas histórias a respeito de futebol. Um amigo seu, supersticioso o que dá, nervoso e irritado pelas duas últimas Copas, nas quais o Brasil fora eliminado (1950 e 1954), liga o rádio (TV ainda não estava disponível), e antes do jogo iniciar enche a banheira com água tépida e acaba por dentro dela adormecer. Quando desperta ouve que o Brasil ganhara da Áustria por 3x0. No jogo seguinte escuta a partida Brasil contra a Inglaterra na sala de refeições e a partida não sai do 0x0. Pergunta-se: o que fizera de errado? Lembra então da banheira e no jogo seguinte, mergulhado em água perfumada e quente, ganha da temível seleçã o russa por 2x0. Não sai mais da banheira até o apoteótico 5x2 contra a Suécia.

Na Copa seguinte, de 1962, no Chile, o banheiro recebera certos melhoramentos: havia um pequeno refrigerador com bebidas e um mini- fogareiro para aquecer alimentos. Rádios, agora eram dois, um deles exclusivamente para ouvir música. A Copa foi uma lavada, sem Pelé, mas com o goleador Amarildo em grande forma e um Garrincha esplendorosa.

Nosso amigo preparava-se para a Copa da Inglaterra, introduzindo melhoramentos em sua estrutura de ouvir jogos. Recebe, então, alguns amigos que vêm mostrar-lhe preocupação. Um homem culto como ele era, diretor de empresa multinacional de respeito, dera agora para conduzir-se como um moleque? Sua maneira de proceder quando dos jogos do Brasil, fazia com que todos falassem a respeito e mostrassem o absurdo de um engenheiro (como ele era), criando coisinhas supersticiosas durante jogos da Copa. Até onde iria isso?

Depois de muita conversa, declarou-se disposto a encerrar essas bobagens. Voltaria ao convívio da turma por ocasião dos jogos. Ficassem tranquilos.  E, a Copa de 1966 deu no que deu. Ouviu-se dizer que em 1970 no México ele voltaria com tudo. A banheira foi importada dos EUA!

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