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Breve notícia de Boris Pakter

Otorrinolaringologista (ORL) e broncoesofagologista primeiro em Criciúma e depois em POA
Por Henrique Packter 08/09/2021 - 08:55 Atualizado em 08/09/2021 - 08:56

Casado com Paulete Canter, tiveram três filhos: Ernane, Marcelo e Renato. Marcelo é analista do Banco Central do Brasil. Renato é professor no Instituto de Física da URGS, RS. Paulete é sobrinha de dois monstros-sagrados da Medicina gaúcha: Alfredo (Oftalmologista) e Israel Schermann (ORL), ambos já falecidos. (Uma das teses de doutorado de Renato: Efeitos de raios de Larmor finitos nas instabilidades por temperatura iônica anisotrópica em plasmas inomogêneos de alto beta !). O Físico criciumense Renato Pakter é casado com a Oftalmologista gaúcha Helena Messinger, aprovada em primeiro lugar (16.11.2017) no concurso para provimento de cargo na carreira de magistério superior da UFRGS. Desde março de 2008 o serviço de oftalmologia iniciou o programa de residência médica.

No Serviço de Oftalmologia  do HNS da CONCEIÇÃO a Dra. Helena Messinger Pakter é coordenadora de Oftalmologia e Preceptora do Setor de Glaucoma.

ISRAEL E ALFREDO SCHERMANN

Médico havia mais de seis décadas, Israel Schermann nasceu em Santa Maria (1920) e morreu em agosto de 2010 aos 90 anos, em POA. Filho de imigrantes judeus russos, graduou-se em Medicina pela Universidade Federal do RS (UFRGS-POA) em 1944. Clinicou por alguns anos no interior do RS, retornando à capital em 1950. Fui por ele amigdalectomizado em 1965.

Otorrinolaringologista, especializado em Buenos Aires e Montevidéu, foi professor e chefe do Departamento de Otorrinolaringologia da UFRGS, onde se aposentou. Positiva unanimidade  nos quesitos caráter, competência e respeito às pessoas, era estimado por todos.  Flora (casamento de 56 anos), duas filhas e quatro netos, sobreviveram a Israel. Já aposentado, era dado a comentários jocosos, alguns referindo-se a ele mesmo. Tinha o hábito de levantar cedo. Dizia: acordava cedo para ficar mais tempo sem fazer nada... Ou: se o sol não vier até 11 horas levanto no escuro mesmo.

Alfredo Schermann, primeiro oftalmologista do Hospital Banco de Olhos de POA, fundado por Lydia Moschetti, em 22.3.1956 e doado à Congregação das Irmãs Filhas do Sagrado Coração de Jesus, em 14.9.1957. Com endereço na Rua Pinheiro Machado, 148, Moinhos de Vento, POA, construção acanhada, não atendia às suas necessidades, tornando-se urgente construir nova sede.  Eram três quartos para atendimento de pacientes, inexistindo centro cirúrgico.

Lídia Moschetti, doou-o à Congregação, solicitando de imediato ao Prefeito Leonel de Moura Brizola, a concessão de terreno para que fosse construída a Clínica do Banco de Olhos. Brizola prometeu auxiliá-la.

Em 1958 chegam vários subsídios para construção e manutenção da obra.

Em abril de 1960, Madre Nicolina Corvata recebeu de Aloisio Brixner e outro, doação de terreno em POA, bairro Vila Ipiranga.

Assentada a pedra fundamental da futura Clínica Oftalmológica do Banco de Olhos (02.7.1960), somente em junho de 1962 se inicia a construção do novo prédio. Obra em andamento, Lydia Moschetti envia Alfredo Schermann a Nova Iorque para aprender a arte do Transplante de Córnea com o célebre catalão Ramón Castroviejo.

Ao lado das Irmãs Filhas do Sagrado Coração de Jesus, Lydia Moschetti, sempre ardorosa, e empreendedora,  graças a doações, em 14.9.1970 inaugurou solenemente o novo prédio do Hospital Banco de Olhos de POA.

Talvez o maior nome no mundo em Transplantes de Córnea nesta época, o catalão Ramón Castroviejo doutorou-se em Medicina na Universidade de Madrid. Lá trabalha 4 anos, transferindo-se para lecionar em Chicago, abrindo depois sua própria clínica. Trabalhou ainda na Clínica Mayo.

Naturalizou-se estadunidense em 1936. Já trabalhava na Universidade, onde permaneceu até 1952. Nesse mesmo ano, nomeado catedrático na Universidade de Nova York, lá permanece até aposentar-se em 1975. Nessa Universidade Alfredo Schermann trabalhou com Castroviejo.

LEGADO DE RAMÓN CASTROVIEJO
 
Precursor na Espanha dos bancos de olhos, suas contribuições no campo dos transplantes, asseguraram a ele, fama universal.
O primeiro transplante de córnea tecnicamente bem sucedido é de 1905, por Edward Zirm, e se manteve claro por mais de 1 ano. O transplante penetrante de córnea, dependendo da patologia prévia, apresenta 90% de chance de se manter transparente. O Serviço de Oftalmologia da Santa Casa de POA (ISCMPA) realiza transplantes de córnea desde 1938. Doações de córnea tornaram-se mais frequentes a partir do início da década de 90, motivadas pela Central de Transplantes do RS, responsável pela captação e distribuição de órgãos doados no estado.

 RECONHECIMENTO

Quando escrevi sobre o pneumologista criciumense CELSO MENEZES, coloquei que, na sua avaliação, meu irmão BORIS PAKTER (formado em1966, UFMSM), JOSÉ DARCI SILVESTRE (1974, PUC-POA) e eu, constituímos o primeiro grupo médico a trabalhar dentro do conceito de Clínica, no sul do estado. Trabalhávamos no mesmo consultório no HSJ, mal desconfiando de nosso pioneirismo laboral regional conjunto. Nosso primo DAVID GROISMAN RASKIN, hoje Oftalmologista em Campinas, também juntou-se a nós.

O QUE BORIS FEZ PELA REGIÃO

Boris nascido a 3.9.1941 em Santa Maria, RS, fez toda sua formação lá mesmo. Estudou no Colégio Marista e na FMUFSM, formando-se em 1966. Em 1967 já estava em Criciúma. Logo se fez notar pela habilidade na remoção de corpos estranhos bronco-esofágicos, área até então desassistida, sem nenhum profissional a atendê-la em todo sul de SC.

Pendurou num quadro, logo à entrada da clínica, objetos aspirados e por ele retirados laboriosamente com aparelho de Chevalier-Jackson. Da maior importância foi esta contribuição trazida por Boris. Aprendi com ele a manipular o instrumento para remoção de corpos estranhos de brônquios e esôfago. Em troca ensinei a ele o que sabia de Oftalmologia.

Na próxima semana: de como Alfredo Schermann veio a Criciúma operar José Tarquínio Balsini;  continua BORIS PAKTER, primeiro broncoesofagologista em Criciúma.

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