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A vinda do Botafogo de Garrincha para Criciúma

Por Henrique Packter 30/06/2020 - 09:35

Em 1960 o Botafogo está em Criciúma para medir forças com o Atlético Operário. Filas imensas no Café São Paulo disputavam os ingressos. Listas de espera por desistências enchiam folhas e mais folhas de papel almaço. Muita gente ilustre de Criciúma nas listas. Os créditos de alguns dos nossos cidadãos não eram suficientemente confiáveis e, por isso, alguns foram retidos por divergências cadastrais.

Olavo de Assis Sartori e João Pellegrim, da Radiolândia, botafoguenses intimoratos, deslumbram-se. Garrincha, colecionador de passarinhos, ganha alguns, hospedados em gaiola requintada. Sartori, médico ginecologista e obstetra do Hospital São José, posa para foto com o zagueiro Tomé; foto que ficará pela vida de Sartori emoldurada, enfeitando uma das paredes de seu consultório. A presença do Botafogo na cidade que tinha menos de 30 mil habitantes na área urbana, incendeia a cidade. O técnico Paulo Amaral, preparador físico da seleção brasileira, campeã mundial em 1958, vai ao Café São Paulo levando alguns craques: Nilton Santos,.Paulistinha, Pampolini, Didi, Tião Macalé, Garrincha, Quarentinha, Amarildo, Zagalo, Paulinho Valentim, Amoroso, foram alguns nomes anotados.

Até hoje, o Metropol é considerado por muitos como o grande clube da história esportiva de SC. No seu auge, foi campeão estadual cinco vezes, nos anos de 1960, 61, 62, 67 e 69. Excursionou, marcando época com grandes craques e célebres confrontos no velho continente, o que valeu ao time criciumense uma condecoração especial da Confederação Brasileira de Desportos.

Em 68, o Metropol participou de uma polêmica nacional. Enfrentava o Botafogo nas quartas de final da Taça Brasil, a principal competição nacional de clubes na ocasião. Perdeu por 6 a 1 no RJ. A volta foi disputada em Florianópolis, e o Metropol ganhou por 1 a 0.

No terceiro e decisivo confronto,  houve empate em 1 a 1. Chovia muito no RJ. O jogo foi encerrado e a CBD mandou o Metropol retornar para Criciúma, até que nova data para o complemento do jogo fosse agendada. A data realmente foi definida, mas o Metropol não teve tempo para viajar, avisado na véspera. Assim, o Botafogo foi considerado vencedor e posteriormente sagrou-se campeão.

O Metropol sempre mandou seus jogos no antigo Estádio Euvaldo Lodi, denominado João Estevão de Souza desde 1976. Entre os grandes craques da história do clube, estão o goleiro Rubens, jogador que mais defendeu o Metropol, com 271 partidas, seguido pelo lateral Tenente, com 202 jogos, e pelo zagueiro Hamilton, que atuou 183 vezes. Idésio, o Tanque, foi o maior artilheiro, com 140 gols, seguido por Nilso, com 83.

O Metropol tem parte da sua estrutura administrada pela Carbonífera Criciúma, mas o ginásio de esporte do clube está em estado de abandono.

Já que se falou em Olavo de Assis Sartori, talvez o mais leal e fervoroso torcedor que o clube já teve em sua história, não é demais lembrar que a Copa Libertadores da América de 1981 foi competição de futebol realizada anualmente pela Confederação Sul-Americana de Futebol. Equipes das dez associações sul-americanas participavam do torneio.

O Flamengo do RJ conquistou seu primeiro título na competição ao superar o Cobreloa do Chile, num jogo de desempate no Estádio Centenário, Uruguai, por 2–0, gols de Zico. Com a conquista, o clube pôde disputar a Copa Intercontinental, dezembro do mesmo ano, no Japão, contra o Liverpool, da Inglaterra, campeão da Liga dos Campeões da Europa 1980-81. Segundo a Conmebol, o Rubro-negro registrou público de 516.382 espectadores nos seis jogos que disputou no Maracanã, o maior público já registrado numa edição da Copa Libertadores da América.

Sabendo que para Sartori só existia o Botafogo e seu maior desafeto era o Flamengo, antes do jogo do desconhecido Cobreloa chileno  contra o Flamengo, inticávamos:

- Sartori, agora o Flamengo é o Brasil! Vais torcer para o Flamengo, certo?

Sartori, da sua trincheira:

- Sou Cobreloa desde pequenininho!  3.916

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