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Renda fixa agora terá marcação a mercado. E eu com isso?

Por Arthur Lessa 08/12/2022 - 09:31 Atualizado em 08/12/2022 - 09:33

É possível que você tenha visto alguma notícia sobre a nova regra da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), umas das reguladoras do mercado de investimentos do Brasil, que altera para marcação a mercado a exibição dos valores investidos em títulos de renda fixa. Se não viu, mais importante ainda que tenha chegado nesse texto.

A matéria com os detalhes mais técnicos já foram publicadas no 4oito (clique aqui e confira a matéria), então fiz questão de gravar o vídeo abaixo explicando o que significa essa mudança e qual impacto na sua carteira. Vale ressaltar que o uso de títulos do Tesouro Direto foram usados para facilitar a compreensão, já que não entram na nova regra.

[texto continua após o vídeo]

Afinal, o que muda?

Atualmente, quando você abre o app ou site da sua corretora e olha o rendimento de alguns títulos de renda fixa (CRAs, CRIs, debêntures e títulos públicos, exceto Tesouro Direto), o que aparece é a projeção de rendimento parcial do título se este for levado até o vencimento. Ou seja, pega o rendimento contratado de 10% ao ano, transforma em rendimento diário (que fica 0,0265%) e vai atualizando esse valor a cada dia. O nome disso é marcação na curva.

Mas, tirando títulos de liquidez diária, como é o caso de alguns CDBs e do Tesouro Selic, os títulos de renda fixa são investimentos com prazo de rendimento, o que significa que até a data definida, o dinheiro está praticamente "preso". Praticamente porque, mesmo não sendo possível resgatar o investimento junto à instituição que recebeu seu investimento, você pode vender essa dívida para um terceiro, que terá o direito de receber o dinheiro na data prevista. É nessa negociação, chamada de mercado secundário, que entra a marcação a mercado.

Marcação a mercado, como boa parte dos termos do mercado financeiro, é autoexplicativo e significa que "o mercado vai marcar o preço justo a pagar pela dívida que você está vendendo". E faz isso levando em conta o quanto ainda renderá de hoje até o vencimento em comparação com as perspectivas econômicas (selic e/ou inflação vai subir ou descer?) e opções semelhantes disponíveis no mercado.

Por exemplo, se você tem uma debênture com rendimento contratado de IPCA + 9% enquanto o mercado está oferecendo no máximo IPCA + 6%, você tem uma preciosidade na mão. E essa preciosidade será precificada pelo mercado acima do que o rendimento "normal" prevê. Ou seja, pela marcação a mercado, o título será vendido mais caro. O mesmo acontece ao contrário, quando o que você está vendendo é menos interessante que o que tem nas "prateleiras" do mercado.

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