Aí, no grupo de WhatsApp do bairro, de repente, alguém deu uma luz alta:
“Boa tarde a todos. Este grupo foi criado para tratar das necessidades do bairro e problemas que acontecerem. Avisos, alertas, pedidos … Tudo que for utilidade. Devemos deixar brincadeiras de lado e não encher de bons dias e afins. Nada de apresentação de cantores, amigos e parentes. O grupo tem que ser apenas de coisas sérias, utilidades para o nosso bairro”.
Isso se chama “enquadramento".
E funcionou.
Na sequência, vieram anotações em sintonia com o que foi definido como objetivo do grupo.
Virou assunto a alteração regra para estacionamento em determinada rua, em função do aumento do volume de trânsito, para que pelo menos um lado da rua seja proibido estacionar, o que facilitaria o fluxo de veículos.
E passaram a falar de calçadas, que é um problema crônico daquele bairro e da cidade.
É calçada quebrada por árvore, degraus enormes no meio, calçada que não se conecta…
Alguém citou: “Meu pai de 85 anos acabou caindo e se machucou”.
E falaram de carros que os motoristas colocam em cima da calçada.
E outro emendou: “Aí colocam asfalto nas ruas, mas as calçadas são deploráveis”.
Quem usa o bairro apenas de passagem, como caminho, não deve nem notar, mas o morador que anda a pé, sofre.
E outro: “Minha calçada está danificada em função da instalação da drenagem e esgoto, a prefeitura ficou de refazer em seguida com paver e guia para cegos. Isso foi dito em reunião na época em que iniciaram os trabalhos. E, até agora, nada”.
Por fim, um morador chamou a atenção: “Que eu saiba, calçada sempre foi responsabilidade do morador. A não ser como no caso daquela rua onde foi feita a obra da prefeitura, em que até as calçadas e escadas dos prédios foram danificadas”.
E o outro arrematou: “As calçadas que são de nossa responsabilidade estão da mesma forma. Não adianta cobrarmos asfalto do poder público e deixarmos as calçadas abandonadas”.
E assim foi. Tratando de assuntos do mundo real, que interessam aos moradores daquele bairro. É a razão daquele grupo, pra isso foi criado.
Isso é entender a utilidade de um grupo de WhatsApp e saber diferenciar grupos e grupos.
Tem gente que usa grupo de família pra fazer briga política.
Tem gente que usa grupo da empresa pra tratar de questões pessoais.
Tem quem use grupo de confraria pra tentar fazer negócio.
Cada coisa na sua gaveta…
Saber o que tratar em cada, faz bem. É da boa convivência.
E garante vida longa aos grupos!
Ouça o editorial completo:
https://on.soundcloud.com/7exyu8C1LSR2qGgn9