Você que possui veículo com certeza percebeu que está cada vez mais caro abastecê-lo, principalmente com gasolina. Desde fevereiro até agora, o preço do combustível já subiu em torno de R$ 1,10. Se em fevereiro, o valor estava na casa de R$ 4,50, agora em agosto gira na casa de R$ 5,60. 

O empresário Beto Benedet, diz que é complicado explicar esta situação, devido a alguns fatores. “É um tanto quanto complicado. O Governo do Estado de Santa Catarina por muito tempo congelou a base de cálculo, com preço bem abaixo do que estava. Houve um reajuste da tabela. Um reajuste de 10%, além disso temos o problema do álcool. Tem uma mistura de 27% na gasolina, que têm sido semanais, uma média 2% a 3% nesta última semana, então deu R$ 0,6 de aumento no custo da gasolina em função do aumento do álcool. O que nos pegou de surpresa, porque o barril de petróleo baixando, o dólar baixando a Petrobras anunciando lucro milionário e o Governo Federal anunciando um aumento de mais 3,5%, que deu um total de mais de R$ 0,10”, salienta.

Conforme Benedet, a elevação no preço da gasolina chega a R$ 0,27 nas duas últimas semanas. “O combustível é uma commodity e o preço é uma situação indefinida e quando a gente acha que pode baixar, sobe. Pelo o que a gente está vendo a nível de mundo é que o petróleo tinha voltado a sobrar nos Estados Unidos porque a Petrobras fez esse repasse nesse momento”, diz.

O empresário relata que a gasolina estava saindo da Petrobras em média de R$ 3, sem os impostos. “Teria que adicionar a isso os R$ 0,27 do álcool, hoje temos a base de cálculo do Governo do Estado que estava em R$ 5,40, o que dá um um total de R$ 1,40 de ICMS por litro. O PIS COFINS está em média de R$ 0,70, então a revenda hoje estava com uma margem R$ 0,30. É muito pouco, é muito pouco. No meu caso, onde eu estou situado, meu custo operacional, eu teria que trabalhar com a margem bruta em torno de 15% e hoje eu não consigo 8% de margem bruta. 

Os aumentos

A Petrobras informou nessa quarta-feira, 11, que iria aumentar o preço da gasolina nas refinarias a partir de quinta-feira, 12. O diesel segue sem reajuste.

Assim , o preço médio do litro da gasolina sobre de R$ 2,69 para R$ 2,78, uma alta de 3,3%. É o segundo aumento praticado pela estatal na gestão de Joaquim Silva e Luna. O último reajuste foi realizado no início de julho.

No acumulado do ano, a gasolina da Petrobras subiu cerca de 51% enquanto o diesel avançou cerca de 40%. Já o petróleo Brent acumula alta de cerca de 38%.

O repasse dos reajustes nas refinarias aos consumidores finais nos postos não é garantido, e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de etanol anidro e biodiesel.