A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) analisou 41 marcas de creatina em pó vendidas no Brasil e descobriu que apenas uma passou por todos os testes de qualidade. A avaliação, que envolveu 29 fabricantes, revelou falhas na rotulagem em 40 produtos e teor de creatina abaixo do permitido em um deles.
O objetivo do estudo foi verificar se os suplementos estavam de acordo com três critérios principais: quantidade correta de creatina, informações corretas no rótulo e ausência de substâncias estranhas.
As amostras foram coletadas entre julho e dezembro de 2024 em cinco estados com maior presença no mercado de suplementos: São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo. A análise foi feita em parceria com a Vigilância Sanitária local e o laboratório do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fiocruz.
Teor de creatina
Segundo a legislação brasileira, o suplemento de creatina deve conter exatamente a quantidade indicada no rótulo, com uma margem de variação de até 20%. O valor de referência é 3.000 mg por porção.
A Anvisa destacou que os resultados melhoraram em relação a análises anteriores e sugerem que o mercado está se autorregulando, com as empresas corrigindo falhas em seus processos.
Rótulos com erros: problema mais comum nas creatinas analisadas
O principal problema encontrado foi a rotulagem inadequada. Dos 41 suplementos, 40 apresentaram erros, como:
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Alegações de benefícios não permitidos para creatina;
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Informações em idiomas estrangeiros sem tradução correta;
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Uso de imagens ou termos que podem enganar o consumidor;
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Ausência de dados obrigatórios, como frequência de uso ou número de porções;
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Tabela nutricional incompleta ou fora dos padrões exigidos.
Essas falhas não representam risco direto à saúde, mas prejudicam a transparência e o direito à informação dos consumidores. Por isso, os fabricantes poderão ser notificados para corrigir os rótulos.
A única 100% aprovada
O suplemento Creatine Monohydrate – 100% Pure, da marca Atlhetica Nutrition, foi o único que passou sem falhas em todos os testes — tanto na quantidade de creatina quanto na rotulagem e ausência de substâncias estranhas.
Novas regras para suplementos em vigor
No Brasil, os suplementos alimentares são regulamentados pela RDC 843/2024 e pela IN 281/2024. Essas normas exigem que todos os produtos estejam registrados na Anvisa.
A partir de 1º de setembro de 2025, até os suplementos que já estavam no mercado antes das novas regras precisarão estar regularizados para continuar sendo vendidos.
Lista completa dos suplementos analisados
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