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MDB e o desafio do abraço ao futuro algoz

Por Redação 26/11/2022 - 07:00

Os deputados federais e estaduais do MDB catarinense se encontraram nesta semana para mostrar que está tudo certo e alinhado no partido. Com seis parlamentares na Assembleia Legislativa e três na Câmara dos Deputados, a legenda sobreviveu a mais uma onda bolsonarista e conservadora nas eleições deste ano e, embora reduzido, tem tamanho para participar das principais discussões políticas do Estado. No entanto, a nova configuração do poder estadual e nacional apresenta desafios novos aos emedebistas.

Em Brasília, o Mdb conseguiu recuperar espaço na Câmara dos Deputados, com 42 cadeiras - elegeu 34 em 2018 e atualmente ocupa 37. No Senado, pela primeira vez desde 1986 não terá a maior bancada da Casa. Ficará com algo entre 10 ou 11 cadeiras. Será, assim, o maior partido de centro - importante para a governabilidade do presidente eleito Lula (PT), representado provavelmente pela presidenciável Simone Tebet (MDB), engajadíssima na campanha do petista no segundo turno.

Aí que surge um dos desafios do Mdb catarinense. O partido reelegeu Carlos Chiodini e Valdir Cobalchini e Rafael Pezenti para a Câmara dos Deputados. O trio - os dois primeiros de forma mais moderada - declarou apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL) e devem enfrentar dificuldades de seguir a agenda do partido em caso de adesão explícita ao governo Lula.

Em outros mandatos petistas, especialmente no de Dilma Rousseff (PT), já se via um distanciamento entre a posição da maioria dos emedebistas catarinenses em Brasília e o resto do partido. Mesmo assim haverá um desconforto. 

Além disso, a posição de centro do partido em um Estado que cobra engajamento, especialmente à direita, pode ser um problema em eleições futuras. Por isso, há quem diga que o melhor lugar para um deputado federal do MDB estar em 2023 é no secretariado do governador eleito Jorginho Mello (PL). 

Na esfera estadual, a situação pode até ser politicamente mais confortável nessa relação direta com o eleitor - os temas do bolsonarismo dificilmente são votados na Alesc. A bancada estadual caiu de nove para seis, mas isso já estava na planilha. São quatro reeleitos (Mauro de Nadal, Volnei Weber, Fernando Krelling e Jerry Comper) e dois estreantes (Antídio Lunelli e Tiago Zili) que indicam uma bancada mais remoçada e mais permeável a influências externas. Uma bancada disposta a apoiar Jorginho - que foi recebido por eles na Alesc. O MDB quer a presidência do parlamento estadual e/ou bons espaços no secretariado. Não, no entanto, tamanho para tantas exigências.
Mas não é ter menos tamanho para pleitear os espaços o maior desafio do MDB no plano estadual. Apoiar Jorginho é fácil. No entanto, significa praticamente abrir mão desde já de um projeto próprio em 2026. Seria o início da construção da vaga de vice-governador na chapa de reeleição do governador que ainda nem assumiu. 

Além disso, é aninhar-se com o partido que mais deve avançar em 2024 sobre o maior patrimônio emedebista: as 95 prefeituras em Santa Catarina. Se Bolsonaro continuar no PL e estiver disposto a ser o cabo eleitoral do crescimento do partido nos municípios, o MDB será parceiro de seu algoz. Não será fácil ser emedebista em Santa Catarina nos próximos anos.

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