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Jorginho é apenas o quarto ex-presidente da Alesc a conquistar o governo

Por Redação 12/11/2022 - 07:00

Quando se observa a história catarinense, é curioso observar que existe um degrau quase intransponível entre a presidência da Assembleia Legislativa e o governo do Estado. Eleito governador, Jorginho Mello (PL) será apenas o quarto rosto a figurar nas galerias de retratos dos dois cargos. O último que realizou a façanha foi há quase seis décadas.

Antes de Jorginho, a honra coube a Antônio Pereira e Oliveira, Antônio Vicente Bulcão Viana e Ivo Silveira. Um feito raro na história do Estado. Os dois primeiros governaram o Estado ainda nos tempos da República Velha e suas eleições de voto impresso e auditável - melhor dizendo, voto não-secreto e controlado pelo Partido Republicado Catarinense, o único daquele período.
Antônio Pereira e Oliveira comandou a Assembleia Legislativa entre 1906 e 1911. Assumiria o governo na década seguinte, em 1924, quando morreu Hercílio Luz, de quem era vice. Na época, o parlamento era conduzido por Bulcão Viana, que assumiria o governo em 1926 com a renúncia de Pereira e Oliveira para concorrer a senador. No cargo por quase um ano, Bulcão Viana teve a honra de entrar para a história como o governador que inaugurou a ponte Hercílio Luz. 

Em tempos de política mais consolidada, apenas Ivo Silveira conseguiu governar o Estado depois de presidir a Alesc. E em uma dos momentos mais tensos da história política brasileira - o golpe militar de 1964. Político de Palhoça, na Grande Florianópolis, Ivo Silveira era do antigo PSD e presidiu o Legislativo Estadual de 1963 a 1965, ano em que foi eleito governador. Depois de sua eleição, Santa Catarina - e dos demais Estados brasileiros - deixaram de eleger diretamente seus governadores por 17 anos.
Depois de Ivo Silveira, a presidência da Alesc tornou-se o habitat de hábeis articuladores políticos sem vocação para majoritárias ou representantes de coalizões políticas momentâneas. O único que tentou quebrar a regra foi o ex-deputado estadual Gelson Merisio (hoje no Solidariedade), presidente do parlamento estadual por três vezes entre 2010 e 2016. Ele concorreu ao governo do Estado em 2018, quando foi derrotado no segundo turno por Carlos Moisés e a Onda Bolsonaro. 

Mais um daqueles detalhes curiosos: o primeiro mandato de Merisio foi dividido com o de Jorginho Mello. Até hoje, a presidência da Alesc em 2009 é a única experiência do governador eleito como gestor. Com quatro mandatos de deputado estadual, Jorginho certamente será um governador que sabe o idioma do parlamento. Em 2019, na primeira entrevista que Moisés me concedeu após assumir o governo, ele disse que a governabilidade na Alesc era a menor de suas preocupações. Acabaria aprendendo da pior forma - dois processos de impeachment - que a política exige certas preocupações permanentes. Jorginho já traz essa lição de casa.

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