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Pra você

Por Grayce Guglielmi Balod 05/04/2019 - 18:38 Atualizado em 05/04/2019 - 18:42

Ela era só uma menina mas já havia caminhado muito.

Sempre lutara, muitas vezes consigo mesma, para que sua vida fosse melhor. Nunca deixara de buscar algo a mais - e melhor - para sua vida. Até nos lugares mais improváveis de encontrar ela foi, atrás dos caminhos que  poderiam levá-la a realizar seus sonhos.

Precisara pensar muito, durante muito tempo e, por último, precisou não pensar mais, para tomar uma importante decisão. Uma decisão da qual ela ainda não estava muito certa. O que ela sabia, sempre soubera, é que queria o melhor para sua vida. E ela sabia também que ficar bem era o melhor que podia fazer por quem amava. E ela amava muito sua mãe. Amava tanto que queria alcançar seu sonho só para depois poder entregá-lo a ela, como se entrega um presente. Mas ela sabia que antes de ir pra guerra e lutar por seu sonho ela teria que preparar-se. Ela não se sentia pronta. Precisava amadurecer, ampliar os horizontes de sua mente, aprender a se defender - dos outros e de si mesma. Ela precisava se fortalecer.

Então ela foi embora para outra cidade. Não levou muitas coisas. O que tinha de mais valioso na bagagem eram seus sonhos. No início era encorajador não estar carregando malas cheias de pesos inúteis mas, com o tempo, ela passou a olhar para sua mala e só ver sonhos. E ela sentia falta de todo o resto; da sua cama, seu travesseiro, sua família, seus amigos e de tudo o que poderia ter dado certo - mas que não deu. Ela se deu conta, de que junto com os sonhos, tinha saudade na bagagem. E então ela se agarrava aos sonhos para não sofrer com a saudade. Mas os sonhos pareciam nuvens, existiam e eram tão lindos, mas ela não podia tocá-los. Ela estava carente de contato e não podia tocar na única coisa que levara consigo.

Na nova cidade ela não tinha amigos, o que fez a bagagem ficar um pouco mais pesada, pois dentro dela - agora ela percebera - também havia solidão. Então ela foi ficando desanimada. Lamentava ter só sonhos, saudade e solidão. E uma rotina de trabalho e estudos que logo se iniciaria pois ela queria ser independente financeiramente e, também,  voltaria a fazer a faculdade que desejara. A noite, ela olhava para a lua e pedia que lhe desse forças. Então, a lua brilhava mais intensamente. Ela chorava sozinha perto de um vaso de violetas e elas começavam a desabrochar. Ela escrevia uma carta e quem recebia, sentia-a junto de si.

Ela nem imaginava a força que tinha e a luz que irradiava. Pedia que torcessem por ela e para que seus planos dessem certo. Ela só queria que todo aquele esforço valesse a pena. Ela nem percebia que já havia chegado lá. A menina era um guerreira valente que não se entregava nunca. Tudo o que ela precisava fazer ela estava fazendo e o universo só pedia que ela continuasse caminhando.

Mas ela nem pensava em parar...

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