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As coisas que fazemos e ninguém vê

É possível sentir-se o melhor no que faz sendo um completo anônimo?
Por Grayce Guglielmi Balod 18/07/2018 - 19:19 Atualizado em 18/07/2018 - 19:22

A Copa do Mundo colocou em evidência nomes como Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo.
Eles foram ovacionados e também extremamente cobrados por fazerem bem o que fazem.
Mas é possível sentir-se o melhor no que faz sendo um completo anônimo?

Ao longo de nossas vidas experienciamos vários papéis. 

Alguns são apenas tentativas despretensiosas. Outros surgem por necessidade e não podemos recusá-los. E, finalmente, existem aqueles que escolhemos e para os quais nos empenhamos em ser o melhor que pudermos.

Na infância somos filhos, irmãos, colegas, alunos disso e daquilo, deste e daquele professor.

Na adolescência seguimos com estes papéis e ainda nos tornamos estudiosos, melhores amigos, namorados, praticante de um ou outro esporte, fãs de celebridades.

Quando adultos somos marido, mulher, genro, nora, pais, tios e profissionais.

Sem saber como, vamos acumulando e equilibrando todos estes papéis, acreditando que podemos ser bons em tudo. 

Mais do que isso, acreditamos que podemos e devemos ser ótimos em todos os papéis que desempenharmos.

Confiantes disso, seguimos aceitando novos papéis existenciais, seja como protagonistas ou coadjuvantes.

E em todos eles desejamos nos destacar e, quem sabe, receber o devido reconhecimento, equivalente ao merecido Oscar para o grande ator.

Somente quando percebemos que não podemos ser bons em tudo é que passamos a analisar melhor os papéis e escolher considerando nossa vontade e também nossa capacidade de representá-lo.

Estas escolhas nos permitem dar nosso melhor sem nos importarmos com críticas.

Assim que é com o chef  que se aventura pela primeira vez na cozinha. Com a atleta de competição que busca apenas qualidade de vida. Com o blogueiro que escreve pelo prazer de escrever. Com a mãe que decidiu sê-la em período integral para não deixar de acompanhar a infância do - outro - filho. 

Estes são exemplos de papéis existenciais escolhidos cuidadosamente e sentir-se ótimo ao realizá-los tem mais valor do que ser considerado ótimo pelos demais.

Todos deveríamos ter a oportunidade de escolher ao menos um de nossos papéis sem sermos pressionados pelas exigências da vida. Assim poderíamos nos sentir os melhores do mundo. Não porque assim nos consideram. Mas porque o vivenciamos com paixão e experienciamos a plenitude, mesmo que no anonimato.
Em quais papeis querido leitor você se sente realizado, feliz, pleno, mesmo que não o aplaudam, mesmo que não ganhe likes, nem visualizações, nem reconhecimento algum que não seja o seu?
Eliane Brunn é uma jornalista e escritora que gosto muito e que fala dos pequenos gestos, diminutos, invisíveis...Ela fala do avesso da importância, do antônimo da evidência. Segundo ela são as pequenas atitudes que salvam o mundo todos os dias.
Então, seguindo seu raciocínio, é possível sim sentir-se o melhor do mundo sendo anônimo. Como? Ajudando alguém que precisa, cozinhando para alguém que está com fome, ouvindo quem quer desabafar, falando com quem quer ouvir ou mesmo fazendo algo menos altruísta, como jogar um futebol no fim de semana, escrever num blog sem compromisso, fazer uma atividade física no fim do expediente. Mesmo, ou melhor, principalmente, se isso não o deixar em evidência!

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