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Ulderico Canalli

Por Henrique Packter 06/07/2021 - 16:24 Atualizado em 06/07/2021 - 16:26

Você sabe ou lembra quem foi?

Aposto que quase ninguém haverá de se lembrar. Pois foi um diligente-ativo-zeloso  gerente da Caixa Econômica Federal  nos anos 60, na capital do Carvão, ano de minha chegada a Criciúma. A agência bancária era na Rua 6 de janeiro e entre seus funcionários estava a minha amiga e advogada Janice Torres. Como quase todo mundo em Criciúma, CANALLI era nascido em outras paragens, em  Caxias do Sul, RS, em 1917. Era casado com Lígia Canalli, também nascida em 1917.

Em 1960, data de minha chegada a Criciúma, contava 43 anos, muito jovem, portanto. Em 26.1.1967, aos 50 anos, procurou-me com uma queixa estranha: 6 meses antes perdera a visão repentinamente. Procurou Júlio Doin Vieira, acreditado oftalmologista  em Florianópolis com quem lograra relativa melhora. Doin era meu amigo e trocamos ideias a respeito do caso, por telefone. Canalli, entre outras coisas exibia uma lesão degenerativa macular incipiente no olho esquerdo. Todos os demais exames estavam aparentemente normais. Criciúma ainda não tinha seu neurologista, coisa que só virá bem mais tarde, por isso o oftalmologistas fazia, as vezes de neurologista  A pressão arterial era talvez um pouco alta pelos padrões de hoje. Canalli precisava consertar algumas cáries dentárias; um exame radiológico da cabeça, um perfil de crâneo feito com o Dr. Raymundo Jorge Perez, também  resultara normal.   

Afinal, do que padecia Ulderico Canalli?

Sua visão era muito baixa, cerca de 0,1 (sendo 1,0 a visão normal em cada olho) e nada melhorava com o uso de óculos. Instituí a 17.2.1967 tratamento a base de vitaminas do Complexo B, pois o fundo de olho do paciente se alterara passando a mostrar nervos ópticos com certa palidez. Proibi-lhe usar álcool ou tabaco. A visão se eleva para 0,5 no olho direito e 0,3 no olho esquerdo. Em 16.4.1968 a pressão arterial também sobe e um sangramento nasal obriga o paciente a internar-se para tratamento com o cardiologista. Pratiquei tamponamento nasal com a pressão em 19x10. Isto já é 6.9.1972.  A visão com o emprego das vitaminas do Complexo B mais repouso sobe para tornar-se normal em 16.4.1968. A essa altura, sentamos um dia no consultório ULDERICO e eu. Repassamos sua vida. 

Uma revelação

Foi quando surgiu algo que até então merecera pouca ou quase nenhuma atenção. Candidamente ULDERICO CANALLI que morava e trabalhava na mesma rua 6 de janeiro, sede da agência da Caixa Econômica Federal em Criciúma, revelou receita de REMÉDIO milagroso para quase tudo:

- Quando saio da agência, para almoçar ou jantar, cumpro o mesmo ritual: entro no CAFÉ SÃO PAULO a 30 metros do trabalho e beberico aquela branquinha, purinha feita no Meleiro, pelo mestre Rosso-Mezzari, cana colhida entre maio e dezembro, com quantidade ideal de açúcar na planta, garapa extraída da cana nas primeiras 24 horas depois da colheita, bagaço separado do caldo de cana. Depois da extração, filtra o caldo com peneira e por decantação, deixando para trás o bagacilho.

Ulderico, visivelmente deliciado, recitava os passos para fazer a cachaça de sua predileção como quem recita uma homilia.

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