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O atual cenário brasileiro

Por Henrique Packter 19/12/2019 - 09:15

O BIFE NOSSO DE CADA DIA

Pois, minha gente, o preço do bovino subiu 30% em menos de um mês. Há séculos o homem tem vínculo ancestral e antropológico com o consumo de carne vermelha, mantendo esse hábito milenar na forma mais comum e natural: o churrasco correndo sangue.

Final dos anos 70 cada brasileiro consumia 13 quilos de carne per capita/ano. Hoje consome quase 40. É como se cada brasileiro consumisse um bife de 100gr diariamente.  Argentinos, uruguaios e gaúchos consumem mais do que isso.

Produzir carne criando boi é um processo de mil dias, da fecundação das vacas até o bife chegar ao prato. O frango precisa 60 dias e o suíno menos de 250. Por trás de tudo, não esquecer que existe um ser humano que, de sol a sol, a céu aberto, sob os riscos da natureza, subordinado às normas do Estado, às preferências de cada churrasqueiro, usando tecnologia e o que de mais existe, no final de três anos vai perguntar ao dono do frigorífico: quanto estão pagando pelo meu boi, ó Wesley Batista?

Na conjuntura atual desequilibrou-se a velha lei da oferta e da procura: gente demais quer carne. As condições ou motivos que levaram a carne a esse momento único da pecuária são conjunturais, isto é: podem mudar.

A carne está cara porque está faltando boi e porque há anos o caboclo no fundão das grotas vem sendo injustamente acusado de poluir o ambiente, de provocar o aquecimento global, maltratar os animais, e pior: perdendo dinheiro.

A recomposição do rebanho suíno chinês deve levar de 3 a 5 anos, o que indica que a procura por carne para abastecer sua população deve estender-se por período não tão curto. O apetite asiático bastou para que nossas entidades do setor reforçassem a importância de não colocar todos os ovos na mesma cesta ou no caso, todas as carnes na mesma mesa. A ambição é conquistar novos mercados e ampliar os itens ofertados aos compradores tradicionais e importantes-, o caso da China.

Esta preocupação faz sentido. Evitar a dependência de um único destino, de um único produto, é preciso. 

A demanda extra da China por carne está sendo atendida por produtos brasileiros, valorizados lá fora e aqui dentro, também.  Esta demanda da Ásia, abre a janela para que o país dê um salto de qualidade, tornando-se competitivo. Esta regra vale para qualquer conjuntura ou mercado.  
 
MUITA INTOLERÂNCIA NA CASA DE TOLERÂNCIA
 
Lula repetia o óbvio com pompa, Dilma não completava frases ou ideias, Temer rebuscava com ademanes, tolos lugares-comuns. Bolsonaro largou o falar com ódio, agora faz rir, não mais transmite confiança. Ministros superam-se e ao presidente; até são mais realistas. O novo diretor da Fundação Palmares (cuidador da cultura afro-brasileira), disse que “no Brasil a escravidão foi benéfica para os negros”. Nota: ele é negro e descendente de escravos (!). O ministro da Educação coleciona sandices. Neste ritmo de insensatez, Leonardo DiCaprio teria incendiado a Amazônia, após afundar o Titanic. 2.931
 

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