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Lírio Rosso

Por Henrique Packter 06/02/2023 - 08:50 Atualizado em 06/02/2023 - 08:52

Todos cantam sua terra,

Também vou cantar a minha,

Nas débeis cordas da lira

Hei de fazê-la rainha  (Casemiro José Marques de Abreu, poeta brasileiro, nascido em Barra de São João, 04.01.1839, morto em Nova Friburgo, RJ, 18.10.1860).

Vida e obra de Casemiro de Abreu

Filho do português José Joaquim Marques de Abreu e de Luísa Joaquina das Neves, ambos fazendeiros, ela de Barra de São João, viúva do primeiro casamento. Com José Joaquim teve 3 filhos. Casimiro nasceu na Fazenda da Prata, na Serra do Macaé, anteriormente localizada no território de Nova Friburgo hoje em Casimiro de Abreu, propriedade herdada por sua mãe em decorrência da morte do primeiro marido, de quem não teve filhos.

A localidade onde viveu parte de sua vida, Barra de São João, era a um tempo território de Macaé e hoje distrito do município de Casimiro de Abreu. Foi batizado na igreja da localidade daí a homenagem. Casemiro recebeu instrução primária dos 11 aos 13 anos, em Nova Friburgo, então cidade de maior porte da região serrana do estado do RJ.

Aos treze anos transfere-se para o RJ  onde trabalhou com o pai no comércio. Com ele, embarcou para Portugal (1853), onde entra em contato com o meio intelectual, escrevendo a maior parte de sua obra. Em Lisboa, foi representado seu drama Camões e o Jau (1856).

Seus versos mais conhecidos são Meus oito anos:

Oh! Que saudades que tenho

Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!

Em 1857 retornou ao Brasil para trabalhar no armazém do pai. Escreveu para jornais e fez amizade com Machado de Assis, ambos nascidos no mesmo ano de 1839. Em 1859 editou suas poesias reunidas sob o título de Primaveras.

Tuberculoso, retirou-se para a fazenda do pai, Indaiaçu, hoje sede do município que recebeu seu nome, onde inutilmente buscou recuperação da saúde, vindo ali a falecer. Foi sepultado conforme seu desejo em Barra de São João, estando sua lápide no cemitério da secular Capela de São João Batista, junto ao túmulo de seu pai.

Espontâneo e ingênuo, de linguajar simples, tornou-se um dos poetas mais populares do Romantismo Brasileiro. Como sói acontecer, o sucesso literário dá-se somente após sua morte, com numerosas edições de seus poemas, no Brasil e em Portugal. Sua obra aborda a casa paterna, a saudade da terra natal e o amor. A despeito da popularidade alcançada por sua obra poética, sua mãe e herdeira morreu em 1859 na mais absoluta pobreza, nada tendo recebido em termos de direitos autorais, tanto no Brasil como em Portugal. Ele é patrono da cadeira número 6 da ABL,  fundada por Machado de Assis.

LÍRIO ROSSO

Filho de Antonio e de Maria Pavei, nasceu a 18.12.1933 em Criciúma, vindo a falecer em Florianópolis em 17.06.2011.Viveu 77 anos. Formou-se em Odontologia na Faculfdade de Farmácia e Odonto da UFSC, em 1959. No mesmo ano de 1959 formei-me em Medicina na Universidade Federal de Medicina do Paraná.

Em 1966, data da formatura em Medicina de meu irmão Boris na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria, RS, é também a data em que Boris vem para trabalhar em Criciúma na área de Otorrinolaringologia e Broncoesofagologia. Assustador, não é? Foi nesse ano que Lírio participou da fundação do PMDB. Até 1982, quando foi candidato a prefeito de Criciúma, ele foi 2 vezes vereador da cidade. Deputado estadual em 1987-1991, relator adjunto da Constituição da Assembleia Estadual Constitucional em 05.10.1989.

Lírio reelegeu-se deputado estadual pelo PMDB até 1995, ano em que eu passei a atender na áfrea da Oftalmologia, em Florianópolis no Hospital de Caridade. Firmei compromisso de atender por 10 anos, naquele local, promessa plenamente cumprida.  Lírio foi Secretário de Saúde de Criciúma de 1992-1996. Em 1994 é primeiro suplente a deputado federal. Também foi Secretário de Estado da Articulação Estadual nos governos Luiz Henrique da Silveira e Raymundo Colombo.

HOMENAGENS

Que se saiba, LÍRIO cedeu seu nome a um obscuro viaduto na BR101, proximidades de Criciúma. Uma grande injustiça cometida a homem que exerceu a arte política sem sujar as mãos. Uma figura exemplar no exercício da Odontologia, do Comércio e da Política.

UMA CURIOSIDADE

Em 1982 findo o período do bipartidarismo ARENA-PMDB, ambos esses partidos disputam a prefeitura de Criciúma com dobradinhas: JOSÉ AUGUSTO HÜLSE e ROSEVAL JOSÉ ALVES, do PMDB são prefeito e vice (34% dos votos), NEREU GUIDI e ENO STEINER, da Arena (30% dos votos), LÍRIO ROSSO e LUIZ DAL FARRA, também pelo PMDB, votação pouco expressiva e,  fechando a voz das urnas, inacreditavelmente, ADDO VIEIRA DE A.GUIMARÃES, do PTB.

Sim, e por que associar nomes aparentemente tão díspares como Casemiro de Abreu e Lírio Rosso? Em grande parte porque Lírio conhecia de cor os  versos maiores de nosso grande poeta.

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