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Fiobo Minatto faz das suas

Por Henrique Packter 23/04/2020 - 12:25

Não tem como estimar a contribuição de JOACY CASAGRANDE PAULO às muitas vertentes de nossa história abrangendo inclusive o Futebol, como atleta e prócer. Dedicando-se à Medicina Psiquiátrica, também cuidou da preservação da cultura de nossa gente, doando com generosidade e desprendimento à cidade e seus cidadãos valorizada propriedade destinada a Museu da Colonização. Doação para ampliar o conhecimento sobre nossa evolução enquanto povo, além de outros aportes.

FIOBO MINATTO FAZ DAS SUAS

JOACY me contava de personagens antigos de nossa história. Lá na Veneza, Arno Amboni demonstrava aos amigos as virtudes de asseio dos sapos, colocando-os na boca, para repugnância de todos. FIOVO MINATTO resolve fazer o mesmo. Gosta tanto que passa a caçá-los, soltando-os dentro de casa para dar sumiço nos insetos. O processo, precursor da moderna dedetização, funcionou tão bem que sua casa passou a ser apontada como modelo de higiene e limpeza, zona livre de mosquitos, moscas e baratas. Um tanto quanto contraditório, se lembrarmos das demonstrações orais com batráquios.

Desafiado por um bamba lá do Rio Morto, FIOVO acaba seriamente ferido à faca e levado ao Hospital São Marcos de Veneza onde é salvo por DINO GORINI. Não saia à rua sem seu chapelão à cabeça, em cuja aba escrevera: LAMPIÃO DO SUL. Capa preta e espingarda alemã 16 à mão, desfilava por aí, montado no Martim, quase sempre com a gaita pendurada às costas e muitas vezes com o cachorro Dodge.

FIOVO residia na Rua Henrique Laje, chácara REGINA HELENA, nome de uma de suas mulheres. Mais tarde os Irmãos Althoff construíram seu famoso e já extinto atacado nesse local.

Luiz Português tinha carro de praça que FIOVO alugava com frequência. Uma vez saiu pela cidade no taxi vendendo os caquis da única árvore desta fruta existente no município e que estava na sua chácara. Ninguém comprou, quem sabia que negócio era aquele? Seria mais uma do FIOVO? Doutra feita saiu sem destino por 16 dias, com Luiz Português pilotando Mercury 46. Gastou 60 contos, o preço daquele automóvel. Inspecionou todas as casas suspeitas do litoral, bebeu todas e acabou retornando sem seu cachorro, até então, inseparável. 15 dias passados, bebia ele sossegadamente no Café São Paulo quando Dodge pula no seu colo na maior alegria.

Tocava (mal) sua gaita à exaustão. Pendurava-a então às costas, os baixos tocando os calcanhares. O som produzido ao caminhar alertava os cães que faziam a guarda da casa, para sua chegada.

O único ponto de taxi da cidade ficava na central Praça Nereu Ramos frente ao estabelecimento do fotógrafo Zappelini. No Ponto trabalhavam o Ghedin (pai do ortopedista Zé Carlos), Luiz Português Ramires (sogro do futuro prefeito de Criciúma José Augusto Hülse), Serafim (sogro do reumatologista Antônio Carlos Althoff e do ortopedista José Carlos Ghedin). FIOVO adorava dar voltas e mais voltas num desses taxis ao redor da Praça Nereu Ramos.

FULVIO NASPOLINI contou-me que FIOVO tantas fez a ponto de sofrer proibição de tocar sua gaita no Café São Paulo. Não se deu por achado: dentro do carro de Luiz Português, estrategicamente estacionado frente ao Café, portas do taxi abertas, danou-se a tocar seu repertório por inteiro.

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