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Esquecido herói periférico do sul catarinense

Por Henrique Packter 16/04/2020 - 13:06

Fábio Silva, amigo pessoal de Otto Feuerschuette, que foi segundo médico em Tubarão e três vezes prefeito da Cidade Azul, em Criciúma Fábio foi proprietário de pequeno prédio que foi hotel, hospital e concentração do glorioso Esporte Clube Metropol. O prédio estava localizado na atual Avenida Centenário, proximidades do Banco Santander. Fábio foi vereador em Criciúma (1926-1928) e nas horas vagas construía a rodovia Florianópolis-Anitápolis onde, em 1930, já abrira 6km. Quando transferiu residência para a Capital do Carvão éramos distrito de Araranguá.  

Fábio projeta-se como comerciante atilado. Em 1925 lá estava ele entre os criciumenses que foram ao governador Antonio Pereira da Silva e Oliveira pedir a emancipação de Criciúma. Foram 8 dias de luta, sobretudo contra o deputado Coronel João Fernandes, ex-prefeito da cidade das Avenidas.

Victor Konder, irmão de Adolpho Konder, seria o próximo governador de SC. Passou a apoiar as reivindicações criciumenses e elaborou Lei de 4.11.1925 criando o município de Criciúma, instalado em 1º.1.1926, um século em breve. Fábio é escolhido como Secretário do Conselho Municipal.

Estrada Anitápolis-Tubarão, via Braço do Norte e Rio Fortuna, foi aberta em 1927 (Pe. Leonir Dall’Alba, pág. 296 de O Vale do Braço do Norte). Para Fábio Silva faltava ligar Anitápolis a Florianópolis..

O Patronato Agrícola de Anitápolis (1918), é obra do governo federal, uma espécie de colônia correcional para jovens transviados do RJ. A primeira turma compunha-se de 200 jovens entre 11 e 18 anos.

O hotel de Anitápolis, de José Goebert (Gato Preto), abrigou 35 oficiais revolucionários por 10 dias antes de transporem a Serra da Garganta.  Estamos falando, claro, de revolucionários de 1930, gente de Getúlio Vargas, que invadira SC. Vitorino Goebert, telegrafista do Patronato, denunciado e preso teve como prêmio terminar o trabalho na Bahia

Fábio Silva levou para a estrada ainda inconclusa 60 civis e 35 soldados da Polícia Militar de SC comandados pelo temível tenente Mira. Entrincheirados na Serra da Garganta ofereceram séria resistência às tropas revolucionárias. O jornal Revolução de 14.10, no seu primeiro número, publicou que tropas comandadas pelo major Camilo Diogo haviam desalojado Fábio Silva e comandados, acrescentando que Fábio mais oito de seus homens haviam morrido na batalha.

Esse seria o único encontro armado e sangrento nos avanços de tropas no sul de SC. A família de Fábio guardou luto ao saber da notícia infausta. Mandou rezar missa e tudo mais que tinha direito, pela alma do finado legalista. Dias depois, ressurge nosso herói, vivo e lampeiro. Teria dito:

-Há um certo exagero nas notícias de minha morte...

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