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Moramos de aluguel nas redes sociais. Como estão os planos para a construção da sua casa própria digital?
Por Ale Koga 08/10/2021 - 09:27 Atualizado em 08/10/2021 - 09:38

Mais do que nunca, na era digital, somos todos comunicadores. Temos nossos canais de mídia ativos onde podemos falar, fazer e mostrar o que bem quisermos. São nelas, nas redes sociais, onde estamos morando. Um grande e belo condomínio com vizinhos voyeurs que nos acompanham diariamente.

Pense comigo: há quanto tempo estamos conectados pela tecnologia? Certamente já faz bem mais do que um século, pelo menos. Porém, nunca antes na história vivemos numa época com tanto espaço para expressarmos as nossas opiniões, emoções, percepções, vontades etc.

Desde sempre somos influenciados por família, colegas de trabalho, amigos e pessoas de convívio próximo. Ao ir morar sozinho pela primeira vez e não saber qual marca de sabão em pó comprar, você consultaria a sua mãe ou alguém próximo de confiança. Atualmente, a resposta pode ser: "comprei a marca indicada pelo influenciador da rede social".

E é cada vez mais comum essa troca: me dê o seu engajamento, que te dou uma dica ou conteúdo criado especialmente para entretê-lo e fazê-lo acreditar que essa é a vida que eu vivo, esses são os produtos que consumo, esse é o meu corpo perfeito sem nenhum esforço e esse é o meu sempre estado de espírito "gratiluz-maravida-nada-me-abala".

E aí, tudo vira comunicação e negócios. A roupa, a fala, o ângulo da foto, a iluminação do vídeo… Mesmo quando parecemos ver algo natural, é fato: por trás de cada conteúdo criado, há uma intenção.

Adeus espontaneidade! O medo do cancelamento muitas vezes é maior do que arriscar e ser de verdade. Com ele, caem os contratos, os seguidores e a reputação. Vale a pena? Tem uns aí que arriscam e dizem que vale, já que depois é só aplicar o combo "vídeo com cara de coitado vestindo camiseta branca + período sabático + detox digital forçado" para apagar da memória da massa o ocorrido e voltar como se nada tivesse acontecido para aqueles que ficam e preferem não pensar que estão sendo enganados. É como diz a frase: "Acredita quem quer, promete qualquer um que acha que pode."

É inegável que as redes sociais facilitam a comunicação, levaram negócios a outro nível e transformaram anônimos em celebridades. Mas também é impossível não olhar para o estrago que tamanha dependência causa quando uma situação assim acontece. Para o bem e para o mal. Para os viciados, uma pausa forçada. Para os que usam como negócios, prejuízo.

Arrisco a dizer que redes sociais, wifi e bateria, já podem fazer parte da base da famosa pirâmide de Maslow, onde encontramos elementos que são considerados primordiais para a sobrevivência de uma pessoa, como a fome, a sede, o sexo e a respiração.

E esse texto ia terminar por aqui, mas bem no meio da revisão final aconteceu o apagão das principais redes sociais utilizadas no mundo e me vi obrigada a fazer um link com a reflexão acima.

Não dá para tratar o assunto sendo radical e dizer que temos que desconectar para nos conectar, mas é importante repensar como estamos consumindo conteúdo e o quanto isso influencia em nossas vidas.

De fato, viver sem redes sociais e wifi já não faz mais sentido. O mais importante é de fato sentir. Parar, analisar e respirar. Seja você, que está do outro lado criando conteúdo e gerando entretenimento, ou para nós, meros mortais que usamos as redes para nos expressar, compartilhar momentos e acompanhar a vida alheia.

Deixo aqui o questionamento: sem elas, os influenciadores viverão do que? E você? Como está o seu nível de ansiedade sendo obrigado a desconectar? A sua pirâmide de Maslow já está na versão 2.0?

 

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