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NFT e a nova onda dos colecionadores de arte digital

Por Ale Koga 26/03/2021 - 14:06 Atualizado em 26/03/2021 - 14:39

Qual o parâmetro para atribuir valor a algo? Importante ressaltar que para responder esta pergunta é preciso lembrar que valor é diferente de preço. O preço representa um valor financeiro que é colocado num produto ou serviço para que as pessoas possam comprá-lo. Já o valor, refere-se à percepção que se tem de um produto ou serviço. Trata-se de uma análise mais subjetiva, pois pode variar de pessoa para pessoa uma vez que cada uma considere a importância por trás da oferta.

E aí entra o "X" da questão. O que tem valor para mim, pode não ter o mesmo valor para você. E vice-versa. Ok, até aqui. Certo? Certo. Agora vamos ao ponto. 
Estamos vivendo movimentos atípicos e acelerados em relação à tecnologia e como ela tem determinado mudanças de comportamento e hábitos. A pandemia fez mais pela transformação digital do que muitos processos, projetos, softwares ou gurus e nos colocou em perspectiva para novas possibilidades e experimentação de hábitos de consumo (de informações e coisas) completamente inimagináveis.

Há quem diga e concorde e até prove que a internet é "terra de ninguém". Cansei de escutar: "Ah, caiu na internet, já era! Não tem mais dono". Será mesmo? E se eu te disser que já é possível ser dono de uma obra de arte digital? Comprá-la como vemos em leilão, com direito a lance mais alto, certificado de autenticidade e tudo mais que o "mundo offline" entrega em uma experiência como essa. 

Semana passada começaram a pipocar mais e mais notícias, matérias e discussões de artistas e designers que encontraram na tecnologia uma forma de ter o reconhecimento de suas artes no ambiente digital e ainda vendê-las por preços que a Monalisa ficaria com inveja se fosse colocada à venda um dia. A cryptoart, ao que tudo indica, está vindo para ficar e mudar a forma como consumimos arte digital. 

E isso tem sido possível pois ela utiliza do tão falado NFT (non fungible token) para fazer acontecer. Fungível é tudo aquilo que pode ser intercambiado sem perda de valor, algo que se gasta ao ser utilizado, mas que pode ser substituído por outro da mesma espécie. Ex.: dinheiro, camiseta, etc. Já algo infungível, seria tudo aquilo que é insubstituível por conta de suas qualidades individuais. Ex.: obra de arte, itens personalizados, exemplares raros. Entenderam onde vamos chegar?

O NFT é um tipo único de token digital que não é intercambiável. Esse token digital representa alguns atributos únicos fazendo com que ele seja impossível de ser substituído ou trocado. Logo, artistas e celebridades estão usando NFT como um selo criptografado que dá prova de origem e autenticidade para as suas obras. 

O CEO do Twitter, Jack Dorsey, resolveu colocar seu primeiro tuíte à disposição dos interessados. Isso mesmo. O lance atual é de US $2,5 milhões (R$ 14 milhões). O comprador receberá um certificado com a assinatura de Dorsey, além dos metadados da publicação original e esses dados conterão informações como a hora em que o tuíte foi enviado.   

Esse é um mercado em alta que tem movimentado milhões e com alta liquidez. Um outro exemplo? O designer gráfico americano Beeple — até então desconhecido no cenário internacional — teve a peça “Everyday — The first 500 days” leiloada por US$ 69 milhões (R$ 391 milhões).  

Parece loucura, não é mesmo? O grande hype em cima de tudo isso é: ok, a arte continua na rede sendo compartilhada e vista por todos, mas só você adquire o status de ser dono dela. Faz sentido pagar milhões por isso?  Aí voltamos à pergunta do início do texto: qual o parâmetro para atribuir valor a algo?


Texto originalmente postado na edição do Toda Sexta em 26/03/2021

 

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