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Fechei 79 anos neste maio e vivo a intensidade do tempo, antes de as cortinas fecharem e a peça acabar

Por Aderbal Machado 13/05/2023 - 08:14 Atualizado em 13/05/2023 - 09:10

Fechei meu ciclo de 79 anos no 10 de maio. Nascido numa quarta-feira, 9 da manhã, em 1944, na bucólica Boa Vistinha do Turvo, na época  Araranguá, por coincidência sendo também uma quarta-feira neste ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2023. Privilégio de poucos. Aqui chego envaidecido por tantas amizades angariadas ao longo deste correr do tempo, por tantas experiências vividas – de sucessos e fracassos, estrondosos muitos, corriqueiros outros. Eles – sucessos e fracassos – se revezaram. Porém, vejam só, cheguei aqui, numa velhice orgulhosa, mas cheia dos naturais inconvenientes. Não se queira poetizar essa coisa, não. A cabeça funcionando bem, mas o resto tá ferrado. Ficam aí bradando odes à idade provecta sem saber de suas vicissitudes desairosas. Um médico gerontologista  me perguntou: “Sente dores?”. Várias, respondi eu. Mais fácil saber onde NÂO dói. Pois ele retrucou: “Dê graças a Deus. Quando as dores sumirem, o fim chegou”. Então  me consolo ao suportá-las. A gente acostuma e convive sem maiores entreveros.

Sou da tese da Cher, ao ser perguntada por Oprah Winfrey sobre a velhice: “Acho uma merda” (está no Youtube, confiram). 

Há muitos sabores, em contraposição aos dissabores, contudo. Por exemplo, estou completando, em 2 de junho, um ano de atividades plenas na Rádio Câmara de Balneário Camboriú, contratado para “jornalisticar” em seus noticiários oficiais. Estou lá e louvo a paciência e respeito da nobre equipe de colegas. Como dizem por aí, “gente da melhor qualidade”. Melhor: é a pura verdade. Uma gama de mulheres e homens com alto tirocínio de como lidar com um velho impaciente, cheio de manias e critérios. Chefiado por gente mais nova – BEM mais nova – e carinhosamente chamado de “nosso estagiário”. E isso não me incomoda, pelo contrário, me faz sentir um guri. Com dores, com mobilidade reduzida, feio, careca, pobre, sapato apertado, morando longe, quase desdentado, mas um guri. Porque estou adquirindo conhecimentos inéditos e maravilhosos das tecnologias modernas, contidas nos computadores da programação. 

A vida é uma epopeia. Ou, como diria Chaplin: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”. Ipsis litteris.

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