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A Boate do Quitandinha

Com um detalhe fascinante: abrir às 23 ou 24 horas e ia até às quatro da matina, quando encerrava
Por Aderbal Machado 17/02/2024 - 07:57 Atualizado em 17/02/2024 - 10:36

Nos anos 60, o sucesso social do Araranguá, eu me desdobrando na puberdade, foi a emblemática Boate do Quitandinha. Ali, ao lado do Hotel dos Viajantes, perto da Matriz Nossa Senhora Mãe dos Homens. O dono, Alírio Monteiro (apelido Quitandinha), empresário, simpático, jogador de futebol por diletantismo, tocava seu bar na parte da frente e a boate ficava atrás. Lugarzinho pequeno e lindamente aconchegante.

Ele mesmo manobrava os discos (vinis) numa eletrola linda. Pareceria loucura hoje, num vislumbre de choque dos apetrechos artesanais d’antes e os sofisticados sistema eletrônicos d’agora. Isso favoreceu, quiçá. Exigia criatividade e discernimento. A escolha das músicas, ou repertório, era do próprio Quitandinha. Ele selecionava as músicas e a sequência sempre perfeita. Rolavam ali Pocho e Sua Orquestra, Roberto Yanés, Trio Irakitan, orquestras. Basicamente sambas e boleros. Daqueles sambas e boleros de “matar o veio”. Coisa romântica de mais da conta. 

O orgulho do Quitandinha, dito e repetido trilhões de ocasiões, era ali, naquele recanto, terem nascido romances cujo final foram muitos casamentos. Verdade. Com um detalhe fascinante: abrir às 23 ou 24 horas e ia até às quatro da matina, quando encerrava. O encerramento épico: a música “Buenas Noches mi amor”, com Roberto Yanês. Aos primeiros acordes, o pessoal começava a levantar e se dirigir à saída. Um rito inesquecível.

O duro é saber da raridade, hoje, de um Quitandinha. Ele até tentou renascer, numa dependência atrás, em separado. Mas os tempos não eram os mesmos.

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