O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte) e o Governo do Estado estão com visões diferentes em relação às reivindicações da greve dos professores. O secretário de Estado da Administração, Vânio Boing, e o coordenador estadual do Sinte, Evandro Accadrolli, foram ouvidos na manhã desta terça-feira (30) no programa Adelor Lessa, da rádio Som Maior.
Ouça as entrevistas abaixo, e veja o ponto de vista de cada um:
Descompactação da tabela salarial
“Já que não aceitou a pedida do sindicato, é importante que ele apresente uma proposta que diga quais são os percentuais de reajuste que o governo vai conceder. Quais são as perspectivas de construir uma carreira que valoriza um professor que tem formação e qualificação. Descompactar nossa tabela salarial, porque paga todo mundo da mesma forma e fica pelo menor salário”, ressaltou Accadrolli.
Resposta do Governo
“No Estado nós temos o plano de cargos da educação, ele é composto de seis faixas, desde professores do ensino médio, licenciatura curta, licenciatura plena, especialização, mestrado e doutorado. Em cada faixa dessa, nós temos dez níveis. Então, por conta da implementação do piso nacional em 2008, veja que essa questão já decorre 15 anos. E nós não temos como resolver ela em um único ano, porque o impacto financeiro, a repercussão é muito alta”, explicou Boing.
Impacto financeiro
O Governo do Estado informou que o atendimento à reivindicação do Sinte de descompactar a tabela salarial causaria um impacto anual de R$ 4,6 bilhões na folha.
Resposta do Sinte
“Ele apresenta para as universidades uma proposta de R$ 1,5 bilhão para atender quatro mil estudantes e chegar ao final do seu governo com 12 mil. A nossa rede, se ele aplicar esse mesmo valor, resolve o problema da valorização e da carreira e nós vamos garantir o atendimento a 520 mil estudantes”, apontou o coordenador.
Proposta concreta
O Sinte espera uma ação definitiva para que a greve seja finalizada. “O governo, principalmente a partir do final de semana, tem adotado uma postura de ameaça. E a única solução que poderá resolver esse impasse é a apresentação de uma proposta concreta”, frisou Accadrolli.
Resposta do Governo
“Nós estamos trabalhando agora no principal tema que é atender a questão da descompactação. Construir uma tabela de carreiras onde a gente consiga estimular professores para que possam se desenvolver, para que eles tenham estímulo na remuneração. Mas isso requer um estudo um pouco mais profundo para que a gente possa medir qual o impacto que isso vai ter, não somente agora, mas daqui dois, três, quatro anos. No mais, nós estamos sempre dispostos ao diálogo”, apontou Boing.