A Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) deverá concluir o projeto da ciclovia de Criciúma, na Avenida Centenário, até o final deste ano. Membros do Departamento de Projetos e Infraestrutura (DPI) da universidade estão trabalhando na ação há meses, atualizando um projeto que já havia sido elaborado pela prefeitura municipal em 2012. 

De acordo com a arquiteta Suelen Santos, uma importante parte do projeto já foi concluída. “Fizemos um levantamento georreferenciado da Avenida Centenário, um levantamento fotográfico com imagens de alta resolução feitas por um drone, com uma precisão de 5cm que nos possibilita atualizar a base do projeto”, destacou a arquiteta, em entrevista ao programa Agora, da Som Maior, desta quinta-feira, 1. 

A atualização do projeto da prefeitura deverá estender ainda mais a ciclovia, posicionando-a da Unesc, no pinheirinho, até o Nações Shopping, na Próspera. A próxima etapa, segundo Suelen, é trabalhar o desenho urbano e pensar nas estratégias de alguns pontos que precisam ser redesenhados. “O projeto da prefeitura em si é muito bom, só precisamos dar continuidade e atualizar alguns trechos, o objetivo é entregá-lo ainda neste ano”, disse.

A arquiteta ressalta ainda que é preciso pensar nos conflitos com o sistema viário da cidade, e que a ciclovia está projetada para passar ao decorrer do canteiro central da Centenário, em sua maior parte, paralela à linha do ônibus. Alguns dos coqueiros que decoram a faixa central deverão ser replantados para isso. Ainda assim, haverá momentos do trajeto em que o espaço precisará ser compartilhado entre pedestres e ciclistas. 

“Teremos a via, a faixa do Amarelinho e, depois, será a vez da ciclovia e, na parte central, o passeio público. O passeio tem um desenho mais sinuoso, e teremos que tirar algumas árvores e replanta-las, mas ficará um desenho muito bonito”, pontuou.

De acordo com o ciclista João Luiz Virtuoso, também conhecido como John Chicken, ressalta a dificuldade que é pedalar pela Centenário na pista de rolamento dos carros - o que, teoricamente, seria indicado. “É impossível, não há o espaço necessário”, comentou. João ainda afirma que, atualmente, o lugar mais seguro para o ciclista pedalar seria na faixa do amarelinho. 

A ausência de ciclovias e ciclofaixas na cidade, no entanto, não é exclusividade da principal artéria de Criciúma. O ciclista Marco Aurélio Tocha destaca ainda que o ponto mais perigoso para se pedalar na cidade não fica na região central, mas sim no bairro Sangão. “Um local que procuro nunca pedalar é naquele trecho do Sangão em direção à BR-101. É um trecho muito complicado, com um asfalto bem ruim e sem acostamento”, reforçou.