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Por que elas aparecem tão pouco na política?

Mesmo sendo a maioria do eleitorado, mulheres ainda são minoria nos cargos políticos
Por Clara Floriano Criciúma - SC, 07/03/2018 - 16:36 Atualizado em 07/03/2018 - 16:37
(foto: reprodução)
(foto: reprodução)

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Após 86 anos da conquista do voto feminino, as mulheres ainda são minoria nos cargos políticos, mesmo sendo a maioria do eleitorado brasileiro, respondendo por 52,44% dos votantes. E em toda a história brasileira, dos 37 presidentes da república, apenas uma foi mulher: Dilma Rousseff, entre 2011 a 2016.

Em Santa Catarina, as mulheres respondem por 51,55% dos eleitores, e no sul do estado elas são 51,63%. Mesmo assim,  apenas 31,5% dos candidatos registrados no Estado para as eleições  de 2016 eram do sexo feminino.

Na Câmara Federal, as mulheres são atualmente 54 entre em um total de 513 deputados federais, ocupando 10,5 %. Na bancada catarinense, temos duas entre 16 deputados (12,5%). São elas Carmen Zanotto (PPS) e Geovânia de Sá (PSDB). 

Na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), as mulheres são apenas 10% deputados estaduais, sendo quatro em 40: Ana Paula Lima (PT), Dirce Heiderscheidt (MDB), Luciane Carminatti (PT) e Ada de Luca (MDB).

Já em Criciúma, a situação não é muito diferente, sendo que elas respondem por 11,76% da composição da Câmara de Vereadores, são duas mulheres e 15 homens. Sendo elas Geovana Benedet Zanette (PSDB) e Camila do Nascimento (PSD).

Geovânia de Sá (PSDB) - Deputada Federal

“Nós somos mais de 50% das eleitoras, mas nós mesmas ainda não estamos conscientes que somos capazes, que temos competência e que podemos exercer cargos de gestão. A gente ainda não está acreditando. Na hora de se candidatar, poucas querem. Quando vamos buscar elas não querem. E o irônico é que quem vão para as ruas pedir votos, a grande maioria são mulheres, ou seja, elas buscam votos, mas não para elas mesmas. Lógico que, a passos muito lentos, conquistamos o nosso espaço.

A gente ainda tem muito que avançar, mas não podemos deixar de comemorar o que já conquistamos. Ainda falta acreditar e se posicionar. Precismos conquistar esse espaço que é nosso. Precismos quebrar barreiras. Tem que ter conscientização deste poder que nós mulheres temos, cada uma tem que fazer um pouco”

Geovana Benedet Zanette (PSDB) - Vereadora de Criciúma

“A sociedade ainda é machista e falta encorajamento. Os homens não vão encorajar as mulheres na política, porque é bem mais comodo para eles que elas não participem. Hoje temos uma lei que prevê uma cota de mulheres na política, isso foi uma conquista. Ainda assim a Lei garante a participação, mas não garante na totalidade. Nós mulheres precisamos encorajar umas as outras. Nós mulheres, enquanto vereadoras e deputadas temos que mostrar o nosso trabalho e mostrar que ainda faltam políticas públicas para elas, porque faltam mulheres na política”

Ana Paula Lima (PT) - Deputada Estadual

“Na educação a mulher não foi feita para participar de espaços de decisão, então uma das missões enquanto deputada estadual é fortalecer o movimento de mulheres, é encorajar as mulheres a participarem desses processos. Nós percebemos que a maioria das mulheres está em trabalhos voluntários e em campanhas eleitorais, mas ainda precisam perder o medo e perceber que são imprescindíveis para fazer a mudança na política. Os partidos também precisam dar as mesmas condições que dão aos homens, as mulheres.

Eu acho que já está acontecendo uma mudança. Nós avançamos não na velocidade necessária, mas as mulheres já estão participando mais dos processos. São mudanças culturais e essas mudanças demostram para acontecer. Nós queremos chegar a um estágio em que a paridade seja nas vagas de decisão de poder”

Maria Dal Farra Naspolini - ex-vice-prefeita e ex-vereadora de Criciúma

“Tudo é um processo histórico. A mentalidade que existia é que mulher ficava da porta para dentro de casa e o homem da porta para fora. As mulheres perceberam que precisavam participar dessas escolhas. Até conseguir o direito ao voto e, ainda assim, muitas vezes eram os homens que escolhiam em quem elas poderiam votar. Foi mais um tempo até a mulher perceber que poderia pensar, decidir e escolher seu candidato. Todo esse processo atrasou a participação da mulher na militância política. Isso esta crescendo devagar, mas a mulher está aprendendo a conviver com esse ambiente que é estranho para elas. Foi preciso uma lei para dar um número mínimo para mulheres candidatas. As mulheres ainda estão desmotivadas a entrar na política.

Quando entrei na Câmara éramos duas mulheres entre 21 vereadores, hoje diminui o número de vereadores, mas continuam apenas duas mulheres. Eu acredito que, mesmo sendo vagarosa, uma hora este aumento vai acabar acontecendo. A mulher ainda está demorando em assumir que ela tem tanta capacidade quanto o homem. O que se precisa é trabalhar mais a questão da consciência para disputar estes espaços. A mulher precisa perceber com clareza, conquistar espaço e dar a cara para bater”

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