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Polícia Civil investiga caso de abuso sexual contra menino autista

Vítima tem seis anos e alega que violência ocorreu no banheiro de uma escola estadual de Criciúma
Por Francine Ferreira Criciúma - SC, 27/10/2018 - 08:00
Daniel Búrigo / A Tribuna / Arquivo
Daniel Búrigo / A Tribuna / Arquivo

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Um caso bastante grave e complexo ganhou repercussão em Criciúma e está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) do município. Trata-se da denúncia de uma mãe, registrando que o filho de seis anos, autista, foi abusado sexualmente no banheiro da escola pública estadual que frequenta.

De acordo com a mãe, a criança até possui uma segunda professora na instituição, mas o fato não impediu que a violência acontecesse. “Meu filho chegou em casa relatando o que, segundo ele, ‘os grandes’ haviam feito. Em seguida o levei na casa da minha mãe, para que ela também falasse com ele, e ele contou tudo igual. Corri para a delegacia na mesma hora, registrei o boletim de ocorrência, fizemos o exame de corpo de delito e o laudo confirmou ferimentos no pênis e no rosto”, conta.

De acordo com o delegado da DPCAMI, Fernando Possamai, já existe um procedimento de investigação instaurado, mas sigiloso. “O Conselho Tutelar também foi comunicado, porque se por acaso uma criança ter cometido o abuso, não é considerado crime, apenas se for um adolescente. Mas não posso divulgar mais informações, é um caso bem difícil, a vítima terá que passar pelo setor de psicologia para tentar identificar a autoria, em uma escola com muitas crianças e sem nenhuma câmera de segurança”, argumenta.

Falta de preparo na escola

Para a mãe do menino, a instituição de ensino não tem preparo para lidar com crianças com autismo. “Quando souberam do fato, ainda colocaram meu filho na frente dos possíveis ‘grandes’, para que ele apontasse quem tinha sido, o que piorou muito a situação. Já estive no Conselho Tutelar, no Centro de Referência Especializado em Assistência Social, mas por enquanto ele está desamparado psicologicamente”, completa.

“Uma reunião foi feita na escola nesta sexta-feira, com membros do Conselho Tutelar, Associação de Pais e Professores e direção, porque estava tendo muitos boatos. Chegaram a querer me acusar, usar do autismo dele pra dizer que não aconteceu, mas não tem como mentir, ficou bem claro que ocorreu na instituição”, acrescenta a mãe.

Conforme ela, seu medo maior no momento é em deixar o filho retornar para a escola. “Não culpo a professora ou o colégio, mas sim o Estado que não fornece a devida especialização para essas profissionais. Meu filho é obrigado a frequentar a escola normal, mas não tem pessoas preparadas para cuidarem dele”, ressalta.

“Não estou com ódio pela pessoa que provocou esse abuso, mas preocupada porque ele pode pegar outra criança, ou pode estar acontecendo algo em sua casa. A escola precisa tomar medidas protetivas para evitar que aconteça novamente, e acredito que expor a notícia ajuda a emitir o alerta e prevenir novos casos”, finaliza a mãe.

A reportagem tentou contato com a Gerência Regional de Educação de Criciúma, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

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