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"Para o Próspera voltar à Série A, só com estrutura", avisa dirigente

Time da Raça viajou mais de 5 mil quilômetros e gastou R$ 180 mil alugando estádios para jogar. Acabou rebaixado
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 06/03/2022 - 19:45 Atualizado em 06/03/2022 - 19:57
Nei Rama, diretor executivo de futebol do Próspera / Foto: Rafael Niero / 4oito
Nei Rama, diretor executivo de futebol do Próspera / Foto: Rafael Niero / 4oito

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O Próspera cumpriu uma jornada heroica no Campeonato Catarinense. Nas 11 partidas disputadas, viajou 11 vezes. Foi, por isso, o clube que mais pegou a estrada na primeira fase do Estadual. Superou até Chapecoense e Concórdia, ao alcançar mais de 5 mil quilômetros rodados para cumprir seus compromissos.

Sem o estádio Mário Balsini, muito menos o Heriberto Hülse, o Próspera disputou o Catarinense sem jogar em Criciúma. Mandou partidas em Tubarão, Florianópolis (duas vezes), Joinville, Jaraguá do Sul e Balneário Camboriú. Mesmo com toda essa dificuldade logística, esteve salvo do rebaixamento até os 35 minutos do segundo tempo da rodada deste sábado, 5. No fim das contas, o Joinville ganhou por 2 a 1 do Barra, o Próspera precisando de um empate tomou 2 a 0 do Concórdia e acabou rebaixado.

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"Estou triste, decepcionado e já tentando buscar soluções O momento é de curtir essa tristeza, esse luto, depois de tanta batalha que fizemos. Assumi em setembro de 2020, fomos campeões, sexto lugar ano passado, e agora é tudo muito triste", lamentou o diretor executivo de futebol do Próspera, Nei Rama. "Eu tenho anos no futebol, estou engajado no Próspera, adoro o ambiente do Próspera, a direção, mas vemos fechar hoje os três meses mais sofridos para fazer futebol", opinou.

E apontou a falta de estrutura como um fator determinante para o insucesso. "E não é porque caímos, se não tivesse caído também, o Próspera tem que se estruturar, buscar uma Série B competitiva mas buscando a Série A. Mas tem que se estruturar, uma estrutura de Série A", referiu. "Às vezes eu vejo críticas e aprendo, mas muitas vezes a gente não pode expor, temos que tocar assim o dia a dia", destacou.

Derrota neste sábado em Balneário Camboriú rebaixou o Próspera / Foto: Jota Éder / Timaço / Rádio Som Maior

Faltou até local para treinos

O Próspera teve dificuldades também para treinamentos. Chegou a usar o terreno defronte ao Mário Balsini, foi algumas vezes ao Caravaggio e, na última semana, um empréstimo feito pelo Criciúma garantiu um dia de trabalhos no CT Antenor Angeloni. "O Próspera batalhou, a direção batalhou, desde o começo de dezembro com essa equipe não paramos um minuto. A estrutura, não o futebol, fizemos vários jogos bons, mas a estrutura nos armou essa armadilha", refletiu o diretor.

A falta do estádio Mário Balsini foi fulminante. Precisando fazer um investimento de R$ 600 mil no gramado e R$ 500 mil na iluminação, o clube não conseguiu fechar nem um, nem outro investimento. A iluminação nem saiu do papel, mas o gramado começou a ser mexido. O antigo foi arrancado mas o novo não chegou ainda. "Isso pesou muito. Não jogamos na nossa casa", confirmou Rama.

"Estou me culpando também", comentou. "O dinheiro que gastamos, mais de R$ 180 mil em aluguéis de campo, isso nos seis jogos que realizamos e não jogamos em casa. Isso foi um erro de planejamento nosso", revelou. No fim das contas, o Próspera gastou mais com aluguel de estádios para jogar do que com folha de pagamento de atletas. 

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Foto: Rafael Niero / 4oito

"Quando terminou a Série A do ano passado, a primeira decisão era por estruturar o profissional, e a gente foi fazer isso a partir de outubro, muito tarde, e não jogamos nenhum jogo em casa", observou. "Não é desculpa, mas é muito sofrido. Não tem tranquilidade. Cada viagem, cada jogo era um martírio, e a gente sempre tentava tranquilizar os jogadores, dando o melhor possível de estrutura", afirmou. "Acho que fizemos um bom time dentro daquilo que o Próspera tinha condições. Foi a folha mais baixa, e mais baixa que a da Série A do ano passado", completou.

Reunião nesta segunda

Nei Rama adiou a folga que havia programado para após o Catarinense. Voltou para Criciúma com a delegação e, nesta segunda-feira, 7, reúne-se com o presidente Israel Rocha Alves para planejar o futuro. O Próspera já tem calendário de novo a partir de 17 de abril, com a participação na Série D do Campeonato Brasileiro. A estreia na Chave A8 será fora de casa contra o Cascavel.

"Temos que sentar. Eu ia tirar uma folga, vamos conversar com a direção. Quando voltarmos para a Série A, e vamos voltar, vamos voltar estruturados, jogando nas nossas dependências. Precisamos de campos melhores, uma estrutura que um clube de Série A tem que ter para dar continuidade", reforçou o diretor. 

Nei Rama não quis ir a fundo nas informações referentes ao time para a Série D. Está, ainda, muito focado na questão estrutural. "Eu sou craque em grama, em drenagem, em viagem e se ajoelhar para outros pedindo para alugar campo. E sou craque em saber quando a estrutura não nos ajuda. Foi um aprendizado triste, a gente aprende na vida, no amor ou na dor, e dessa vez estamos aprendendo na dor", comentou. "Foram os 3 meses e 5 dias mais trabalhosos, mais sem dormir da minha existência no futebol", assinalou.

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A despedida de Gabriel Henrique

Ao final do jogo deste sábado, o atacante Gabriel Henrique despediu-se do Próspera. Ele está se transferindo para o Tombense, de Minas Gerais, pelo qual disputará a Série B do Campeonato Brasileiro. Nei Rama contou uma história curiosa sobre o jogador. Era para ele ter ido embora durante a semana passada, mas Gabriel bateu pé e disse que fazia questão de disputar a última rodada pelo Time da Raça.

"Essa do Gabriel foi emocionante. Nós vendemos o Gabriel dois dias antes do último jogo. Avisamos ele, que ele já iria direto. Terá salário cinco vezes maior, estrutura maravilhosa. Ele, chorando, disse que não, o que o Próspera fez por mim, me tirou de uma favela em Rondônia, eu vou jogar esse jogo. Eu consegui dar um terreno para a minha mãe", relatou. "Eu entro no BID só segunda-feira, eu quero jogar esse jogo", disse Gabriel, na fala reproduzida por Rama. "Ele foi negociado pela questão financeira, como o Alex Bruno, e agora temos todas as possibilidades de reestruturar o Próspera e pensar no time para a Série D daqui uns 10 dias", emendou.

Foto: Jota Éder / Timaço / Rádio Som Maior

Torcida empenhada

O diretor elogiou, ainda, o envolvimento dos torcedores do Próspera, que estiveram no jogo de despedida em Balneário Camboriú e não tiveram a chance de ver seu time jogando em Criciúma nesta temporada. "Quem conhece o Próspera sabe os torcedores entram lá, conversam conosco, participam das nossas dificuldades e ajudam. Está cheio de placas lá no estádio", contou. "O torcedor não se ilude mais, não é bobo. E vai nos ajudar a nos estruturar, e quando voltarmos para a Série A temos que ter estrutura. Enquanto não estruturar vamos continuar na Série B", sublinhou.

Uma das expectativas é garantir o Mário Balsini em condições para a disputa do Campeonato Brasileiro. Acontece que o gramado novo ainda não está plantado. "Essa gestão tem muito tempo ainda, e sabe que a estrutura tem que vir junto", salientou. "O Próspera, se estruturando, como nós vamos fazer, a gente busca a Série A de novo", finalizou.

Na Série D, ainda, o Próspera enfrentará, além do Cascavel, o Aimoré (RS), Juventus, Marcílio Dias, Azuriz, São Luiz e Caxias. Os oito times se enfrentam em turno e returno e os quatro melhores classificam para a segunda fase.

As entrevistas pós rebaixamento

Ouça a entrevista do diretor Nei Rama à Rádio Som Maior:

Confira a entrevista do presidente do Próspera, Israel Rocha Alves, depois do descenso em Balneário Camboriú:

Técnico Emerson Cris comentou a derrota e o rebaixamento do Próspera:

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