Os 2 mil presos do Presídio Regional, Penitenciária Sul e Penitenciária Feminina de Criciúma estão em "quarentena". Foi o que determinou a juíza titular da Vara de Execuções Penais, Debora Zanini. "Temos dois mil presos em Criciúma, entre as duas unidades. Então suspendemos cautelarmente por trinta dias todas as visitas, sociais, íntimas, exceto advogados, defensores que vão conversar com seus clientes", informou a magistrada, em entrevista ao programa Ponto Final, na Rádio Som Maior, nesta segunda-feira, 16.

Mas depois de definidas as suspensões das visitas, na última sexta-feira, 13, a juíza determinou, a partir de hoje, a proibição da saída dos presos. "O preso tem direito a saída temporária, estudar, trabalho externo, não adianta suspender a visita mas permitir que o preso saia, ele pode voltar infectado. Então hoje editamos uma segunda portaria sobre essa situação e também suspendi todas as saídas temporárias, nenhum preso vai sair mais temporariamente, fixamos 15 dias para avaliar, depois vamos ver se prorrogamos. Todas as saídas temporárias estão suspensas, o trabalho externo também, pois o preso do semi-aberto tem direito a sair para trabalhar durante o dia e trabalhar à noite", referiu.

"Não é um surto, é uma pandemia, então pensamos que deveríamos impedir a visitação dos presos. Entra muita visita, muita criança, muito parente, e essa visitação poderia trazer consequências danosas ao sistema prisional. Se entrar uma pessoa infectada, teremos uma situação caótica, pois não temos estrutura alguma para abarcar uma população carcerária doente", observou a juíza. Ainda sobre as atividades oferecidas aos apenados, as aulas para eles também estão suspensas. "Suspendemos as aulas também. As professores são de fora, corria-se risco de uma pandemia dentro do sistema prisional. Temos que tentar evitar ao máximo o contato dos presos com as pessoas. Presos já estão, vamos deixar em quarentena mesmo, sem contato com pessoas de fora", completou.