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Eleições 2020

Gestões e burocracias: os desafios para as melhorias da saúde em Criciúma

A necessidade de um plano continuado de saúde e o investimento em parcerias privadas estão entre as possíveis soluções
Por Paulo Monteiro Criciúma, SC, 27/08/2020 - 08:05 Atualizado em 27/08/2020 - 10:30
Fotos: Luana Mazzuchello / 4oito
Fotos: Luana Mazzuchello / 4oito

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Em praticamentes todas as pesquisas populares sobre as áreas públicas que mais precisam de melhorias na região, a saúde aparece no topo. Em um período como a da pandemia do novo coronavírus, os problemas nesta área acabam sendo acentuados e a necessidade de investimentos e mudanças ainda mais destacados, por melhor que venha sendo o enfrentamento. Entre os desafios para se levar uma melhor saúde à população, estão as burocracias e a necessidade da construção de planos continuados de gestão.

O programa Adelor Lessa desta quinta-feira, 27, contou com mais um debate sobre as Eleições de 2020, trazendo especialistas para debater sobre assuntos importantes que precisam de melhorias no futuro. Na mesa, debateram e apresentaram opiniões o presidente da Unimed de Criciúma, Leandro Avany Nunes; a dentista e especialista em Odontologia com ênfase em Gestão Pública, Fernanda Sônego; o especialista em Desenvolvimento Gerencial de Unidades de Saúde do Sus, Jacks Soratto; e o médico e ex-secretário de Saúde de Criciúma, Márcio Zaccaron. 

A mistura do público com o privado

Muito se fala sobre uma mistura mais efetiva entre o sistema público e privado de saúde, para que a população possa ser atendida da forma mais eficiente. Alguns defendem que o sistema público em si seja mais enxugado, com investimentos em pontos mais concretos, para que sejam consolidadas, também, parcerias com o sistema privado.

Leandro Avany ressalta que, atualmente, em Criciúma, contamos com uma boa eficiência no setor público primário e terciário de atendimento. “Não é perfeito, há o que melhorar, mas é bom”, disse. Os problemas, segundo o médico, são mais gritantes no setor intermediário, responsável pelas cirurgias eletivas. “Nesse setor a responsabilidade é do estado, e temos grandes filas e muita dificuldade. O paciente que tem uma hérnia, por exemplo, fica anos até ser atendido, é preciso ter mais resolutividade. Fazer parcerias público privadas e aplicar o Captation, ou seja, contratar equipes médicas com um valor por pessoa, para que se resolva um problema”, pontuou.

Doutor Leandro Avany Nunes 

Leandro ainda destaca que há uma diferença de olhar entre os dois setores, público e privado, que não deveria haver. “A grande diferença são os resultados, a geração de valor e o aumento de receita. No setor público, é preciso saber se a ideia vai gerar valor, saber se aumenta a despesa ou se diminuirá os custos e dará mais receita. É preciso olhar para tudo isso, para equalizar investimentos e retornos”, declarou.

Já Márcio, cita outra grande dificuldade em relação ao sistema de saúde pública: o público. “Muitas vezes aquela pessoa que tá com uma unha encravada só pensa nela e não imagina que, do lado dele, tem alguém com um atendimento de maior urgência. As pessoas pensam muito nelas mesmas, preferem que tenha um posto pequeno, com recursos divididos e menor eficiência do lado de sua casa, do que precisar andar 500 metros para chegar em uma unidade mais regional, com maior infraestrutura e qualidade”, pontuou.

Especialista Márcio Zaccaron

Planejamento continuado e inspirações 

A necessidade de um longo plano de investimento na saúde pública, perpassando diversos mandatos, é algo apresentado como uma possível contribuição para melhora no setor. Fernanda destaca que é preciso que os planos não fiquem limitados às gestões, passíveis de mudança de quatro a quatro anos, mas que sejam continuados.

Dentista Fernanda Sônego

“Em Maringá, eles fizeram todo o plano de desenvolvimento do município, com vários pontos de destaque e, independente de quem assumir a gestão, acaba sendo cobrado pela população para que siga o plano”, reforçou a dentista. 

Desburocratização da gestão pública e privada e investimento em carreiras 

Um dos muitos obstáculos para que a gestão pública de saúde possa ser mais rápida e eficiente é a burocracia existente por trás para que equipamentos novos, assim como medicamentos, sejam adquiridos. A burocracia da saúde, no entanto, chega também ao setor privado, onde muitas judicialização impedem uma atuação mais eficaz.

Professor Jacks Soratto 

Segundo Leandro, ainda há de ser considerado a necessidade de se construir carreiras dentro da área médica privada. “É preciso fazer com que o sistema público seja uma grande empresa de saúde gratuita e otimizada, com plano de carreira em que os médicos cresçam dentro da instituição, ganhando como se fosse um promotor”, pontuou.

Confira a opinião de especialistas sobre as necessárias melhorias da saúde
 

Detalhes da transmissão:

09:06

Encolher o sistema público para investir no privado é uma das soluções para a saúde brasileira, segundo Leandro. "Como fazemos, encolhe o sistema público, diminuino a judicialização para o privado, sem poder trabalhar no privado e público. Fazer com que o sistema público seja uma grande empresa de saúde pública, de graça, e otimizada com plano de carreira - em que um médico ganharia como um promotor, crescendo ali dentro", definiu.

09:03

Para Jacks, o sistema de saúde norte-americano público não é uma comparação exitosa para a gente comparar aqui com nós. "Por outro lado, a questão da judicialização, temos um SUS com dificuldade de processos em que a constituição nos garante o direito à saúde e isso tem sido uma enxurrada de judicializações. Na questão pública não vejo experiências exitosas para a gente importar de lá pra cá, quem sabe do Reino Unido sim, que foi criado em 1948, 40 anos antes do nosso", pontuou.

09:01

O doutor ainda ressalta um grande problema do sistema público de saúde brasileiro, que deve ser corrigido para que melhores atendimentos sejam apresentados. "O problema da saúde pública brasileria é a identidade, ou o sistema é público ou privado e a forma como  o sistema brasileiro é organziado, mesmo o público não funciona da mesma forma que os dos outros países. O SUS gasta fortunas com processos de exigência de medicamentos mais complexos, há uma desorganização de sistema e por isso não funciona bem", comentou.

09:00

"Acredito que funciona bem, mas acho que funcionava até melhor. No governo Obama ele criou o Obama Care, que foi uma intervenção do governo no sistema de saúde privado, que funcionava bem, e isso trouxe alguns desequilíbrios deseconômicos no sistema que foi um pouco desfavorável pelos mais pobres", destacou Quevedo.

08:59

"Aqui o  sistema de saúde americano é misto, com componentes públicos e privados, mas o Estado não é quem executa a saúde, mas financia os programas. No público, tem dois grandes programas, em que um é um plano de saúde financiado pelo governo por cinco anos, mas o dinheiro do programa vem de contribuições que o cidadão fez ao londo da vida por um fundo", pontuou.

08:54

De Houston, o doutor João Quevedo compartilha as experiências dos Estados Unidos.

08:53

A diferença entre os setores público e privado é o resultado, destaca Leandro. "Os resultados são a geração de valor e o aumento de receita. No setor público, é preciso saber se a ideia vai gerar valor, saber se aumenta despesa ou se diminuirá custos e dará mais receita. É preciso olhar para tudo isso, para equalizar", disse.

08:50

É possível melhorar um pouco disso, mas muito disso já é pré-estabelecido, já está sendo pré-estabelecido, reafirma Márcio. "Em Maringá, eles fizeram todo o plano de desenvolvimento do município, com vários pontos de destaque, e independente de quem assumir a gestão acaba sendo cobrado pela população para seguir o plano", diz Fernanda.

08:48

Jacks ressalta ainda a necessidade de que políticas de saúde sejam continuidas, e não trocadas a cada quatro anos. "Acho que na saúde não temos que ter políticas governamentais para um único mandato, mas de continuidade, tem que se pensar essa continuidade", reforçou.

08:47

Já Fernanda desta que há muita coisa para se implementar. "É preciso fortalecer aa atenção primária, diminuir inernações. Precisamos de gestores qualfiicados, da disponbildaide de recursos, de estudos epidemiológicos e a universidade tem contribuindo muito para isso. Esses estudos precisam ser desenvolvidos e colcoados em prática, a população precisa ser ouvida porque eles sabem do que precisam. É colocar em prática planejamentos estratégicos, diminuir rotatividade de pessoas, reforçar o trabalho em equipe e a pró-atividade.  Políticas públicas que propiciem o melhor acesso da população, assim com a inclusão de novos equipamentos e procedimentos". 

08:44

Diminuir postos e abrir mais regionais, pontua Márcio. "Tentamos uma vez fechar posto de saúde no São Sebatião, em que há poucos metros tinha outro maior, visando investir mais nele. "O que o povo quer é um posto do lado de casa, pensa muito em si. Nisso há um desgaste financeiro, redistribui mais coisas e acaba não atendendo qualificadamente as coisas", ressaltou.

08:43

Márcio ressalta ainda a questão de diminuir um pouco mais a saúde pública e trazer o apoio do setor privado de saúde, para que o cidadão possa ter um acesso mais rápido e eficaz.

08:42

Para Márcio Zaccaron, a primeira dificudlade que temos em relação à saúde é com a administração. "Ela pensa em administrar para a coletividade. e o indívudo pensa no problema dele em primeiro lugar - essa é a parte mais difícil", comentou. "Segunda dificuldade é a administrativa, que vivemos um problema muito sério no Brasil.Muita coia que o governo municipal quer implementar, ele não consegue, há muita burocracia", pontuou.

08:38

O aporte financeiro é indispensável para que a saúde corra bem e tenha um bom desempenho, segundo Jacks Soratto, é preciso o fortalecimento da atenção básica"Hoje no estado temos 2,3 médicos por mil habitantes, em Criciúma ampliou essa atenção mas ainda temos falta de médico - uns 15 à 20% dos profisisonais médicos estão em falta por não querer atuar na pandemia ou por questõe de saúde", disse.

08:34

"No intermediário, é fazer parcerias público privadas. Captation, contratar equipes médicas um valor por pessoa para que resolva um problema, pegaria uma equipe de cirrugia do São José, escolheria hospitais regionais para determinadas áreas", disse Leandro.

08:33

Sobre as melhorias na saúde do sistema público, o presidente da Unimed de Criciúma, Leandro Avany Nunes, ressalta bom atendimento nos setores primários e terciários, nos postos de saúde e nos hospitais, mas com problemas no setor intermediário, das cirurgias eletivas.

08:27

Os profissionais já estão na mesa, prestes a discutir o futuro da saúde.

08:26

Ex-coordenador regional de saúde da Amrec, Fernando De Faveri ressalta o cumprimento das metas anuais, investimento e qualificando em profissionais da saúde para que estes possam tornar o sistema mais ágil e eficaz. “Acredito que essa é a maneira de cobrar produtividade do município, é muito boa, porque quem produz realmente e faz a saúde acontecer na cidade”, disse.

08:24

Já o médico Celso Menezes destaca o investimento para a abertura e mantimento de leitos de UTI, para que eles continuem a disposição da população mesmo depois da pandemia de Covid-19.

08:21

De acordo com a deptuada federal Carmen Zanotto,  ex-secretária de Saúde do Estado por dois mandatos, é preciso investir mais e fortalecer a atenção básica resolutiva, assim como garantir mais investimetnos  já no parlamento. "Garantir a realização do maior número de atividades de prevenção e de atendimento  para aquilo que for possível na Unidade Básica de Saúde, só ser encaminhado para a média e alta complexidade o que tem alta demanda", reforçou.

08:17

Já está no ar mais um debate sobre as Eleições de 2020, não com os candidatos, mas com profissionais que visam melhorias para o município - desta vez, na área da saúde.

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