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"Estamos pagando para trabalhar", aponta presidente da ACTU

Em três dias, ônibus transportaram 14,6 mil passageiros em Criciúma. "Não paga o óleo diesel", destaca empresário
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 12/06/2020 - 15:03 Atualizado em 12/06/2020 - 15:05
Terminal Central vazio na tarde desta sexta / Foto: Denis Luciano / 4oito
Terminal Central vazio na tarde desta sexta / Foto: Denis Luciano / 4oito

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"A partir de quando vamos ter mais horários de ônibus em Criciúma? A pergunta é de Robson Rampinelli, morador da Quarta Linha e que precisa sair mais cedo de casa para chegar ao seu destino. Ele é um dos que reclama do primeiro horário do transporte coletivo, na retomada que ocorreu na última segunda-feira em Criciúma, ser somente a partir das 6h30min. "Moro na Quarta Linha e preciso de ônibus às 5h30min da manhã para trabalhar", confirmou.

Por enquanto, não há expectativas de ampliação de horários. "A gente reiniciou na segunda com 4 mil passageiros. Chegamos a 5,1 mil na terça e 5,3 mil na quarta. É um número muito pequeno pelo volume de ônibus que temos para atender ao sistema", observou o presidente da Associação Criciumense de Transporte Urbano (ACTU), Everton Trento. "Conforme a necessidade, vamos ampliando carros e horários. Eu acredito que na semana que vem pode haver mudança, com necessidade de alteração de horários", projetou.

Passageiros por dia em Criciúma

Segunda-feira, 8/6 - 4.045

Terça-feira, 9/6 - 5.172

Quarta-feira, 10/6 - 5.387

Total dos três primeiros dias - 14.604 passageiros

Na quarta-feira, 10, ao longo da tarde, a reportagem do 4oito apurou a presença de alguns passageiros, cerca de 20, aguardando ônibus no Terminal Central. Ocorre que trata-se de um dos horários descobertos da atual tabela, que está atendendo das 6h30min às 8h30min, das 11h22min às 13h30min e das 17h às 19h30min. "Essas faixas descobertas, por enquanto, continuam assim. Vamos permanecer focando nos horários de pico, conforme o comércio e outras atividades forem aumentando, vamos aumentando a oferta de linhas", destacou.

"Estamos pagando para trabalhar"

Com a movimentação atual de passageiros, depois de 81 dias de suspensão do transporte coletivo por conta da pandemia de Covid-19, as empresas estão no prejuízo. "Está dando prejuízo, estamos trabalhando no prejuízo sim, tentando retomar um trabalho para as pessoas verem e retomarem a confiança. Não tem estudante, não tem professor, isso diminui bastante o número de usuários", refletiu Trento. 

O presidente da ACTU calcula que, com o movimento atual, "não cobre o custo do óleo diesel". "Mas vamos bancar. Mais uns dez dias, daí começa a coisa a acontecer", avaliou. Trento calcula que, em 15 dias, será possível fazer um balanço das operações até aqui.

Primeiro sábado

Este sábado será o primeiro da retomada do transporte coletivo, com ônibus circulando das 7h às 8h30min e das 11h30min às 13h30min. Porém, o comércio fará Sábado Mais, mantendo lojas abertas até 17h. "Não houve conversa conosco nem pedido para estender os ônibus, então vamos respeitar esses horários já acertados para sábado", respondeu Trento.

Ônibus lotados

"Tem ônibus passando mais cheios aqui. Não estão cumprindo o decreto. Tem passageiros aglomerados, gente em pé e gente perto uma da outra", contou à Rádio Som Maior, na manhã desta sexta-feira, a usuária Léia da Silva, moradora do Rio Maina. "Desconhecemos isso. Não recebemos nada. As pessoas precisam entender que estamos fazendo um reinício", comentou o presidente da ACTU. 

Trento lembra que, normalmente, antes da pandemia, o sistema transportava de 33 a 35 mil passageiros por dia, e hoje está levando 5 mil. "Está dando 15% do que transportávamos. Uma ou outra linha pode, eventualmente, ter algum acesso. Pode até acontecer", admitiu. "É um sobe e desce de difícil controle. Mas pelo volume global de passageiros estamos mantendo a mesma frota na rua desde segunda-feira", adiantou. "Dependendo dos horários, se houver necessário de acréscimo, temos carros e profissionais disponíveis, mas ainda não identificamos essa necessidade", finalizou.

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