Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
FIQUE POR DENTRO DE TODAS AS INFORMAÇÕES DAS ELEIÇÕES 2024!

Escola Cívico-Militar: como funciona o programa em Criciúma

Sistema de ensino foi implantado no ano passado na E.E.B Joaquim Ramos
Por Geórgia Gava Criciúma, SC, 13/03/2022 - 10:16 Atualizado em 13/03/2022 - 10:38
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

Implantada durante a pandemia, a escola cívico-militar Joaquim Ramos, do bairro Michel, em Criciúma, é uma das seis que adotaram o sistema de ensino em todo o Estado de Santa Catarina. A parceria entre o Ministério da Defesa e da Educação busca auxiliar na gestão das áreas educacional, didático-pedagógica e administrativa, em um trabalho unificado entre a equipe docente da instituição e os militares. 

Em Criciúma, dez militares foram incluídos na equipe que atua na unidade. “Hoje, no Brasil, existem 150 instituições cívico-militares. Até o fim deste ano serão 230, aproximadamente. A sistemática é que os militares da reserva são realocados às escolas. Feito isso, eles trabalham em apoio. Todo o protagonismo continua sendo com a diretora, com as assessoras da direção e os professores. A gente fica em apoio a três áreas: administrativa, didático-pedagógica e a educacional”, explica o capitão oficial de gestão educacional, Sidnei de Oliveira. 

Neste mês, a E.E.B Joaquim Ramos chega às seis décadas de fundação. "A nossa escola já é bem antiga, estamos completando, em março, 60 anos. No início de 2021, fomos contemplados com a chegada do ensino cívico-militar. No primeiro momento, foi um impacto, porque não conhecíamos o programa e nem sabíamos como seria toda essa situação. Mas foi uma aquisição muito boa. Estamos bem felizes com nossos companheiros que lá estão”, comenta a assessora da direção, Márcia Mendes. 

Ainda conforme a representante do colégio, a implantação do sistema é um trabalho que “dia a dia está crescendo”. O monitor dos alunos, Joel de Oliveira, explica sobre os diferenciais que a escola cívico-militar oferece. “Temos atividades, cada um dentro da sua expertise. A minha área é música. Já estamos com o coral em funcionamento. No ano passado, iniciamos uma fanfarra e vamos oferecer também aulas de violão. Nós trabalhamos diretamente com o estudante, somos meio "paizões". Contribuímos com várias coisas, dentre elas, o exemplo. Eu acho que as palavras convencem e o exemplo arrasta. Além de falar, a gente precisa mostrar para eles”, pontua. 

O objetivo do programa, portanto, é dar apoio à gestão escolar. “Através da nossa experiência e do contato direto com os alunos, orientando, acompanhando, escutando, tem mais um agente que vai estar participando da educação. A gente também trabalha com projetos, um deles é executado em todas as escolas cívico-militares, sobre valores universais, como respeito e solidariedade”, acrescenta o monitor. 

Para a assessora da direção, este é um projeto que tem feito a diferença . “A gente percebe que, com o passar do tempo, nós perdemos muitos valores. Os pais trabalham, os alunos vão pra escola, não tem acompanhamento em casa e muitas dificuldades se encontram na maioria das famílias. Então, a escola passou a ser um porto seguro deles. E nós, por mais que tenhamos nossos profissionais, os problemas são grandes. Com a chegada dos monitores, isso nos abriu um campo muito amplo de ajuda. Os alunos sentem isso. Eles gostam dessa parceria”, enfatiza Márcia. 

A E.E.B Joaquim Ramos faz parte da rede estadual de ensino, ou seja, é mantida pela Secretaria do Estado da Educação, com apoio da gerência regional, coordenada por Ronisi Guimarães. “Todos estão sempre nos apoiando”, ressalta a assessora da direção. “O que nos torna diferente é esse corpo de pessoas pensando em educação e atuando no principal ativo da escola, que são os alunos. Pensamos em projetos que irão complementar essa formação do estudante. Estamos lá para recebê-los”, complementa o capitão. 

“Não é militarização”

A intenção é mostrar os benefícios das boas práticas aos estudantes na rotina escolar. “Não tomamos nenhuma atitude, não 'puxamos a orelha' do aluno. Não é militarização. Nós temos a noção de que somos coadjuvantes. Tudo a gente se reporta ao capital Sidnei e à orientação da escola. Mas, nós damos uma atenção maior nessa questão da disciplina”, esclarece o monitor. 

Programa foi bem aceito pela comunidade escolar 

O capitão explica que, antes de ser implantado, o programa da escola cívico-militar precisa ter uma aceitação acima de 80%. “A comunidade escolar opinou, foi consultada e a aceitação foi de 83%. É um pré-requisito estarmos na instituição em virtude da aceitação”, explica de Oliveira. 

Nem mesmo a direção imaginava tamanha adesão. “Quando veio a proposta, nós estávamos na pandemia e com um número baixo de alunos na escola. Naquele momento, foi muito importante para nós. Começamos a trocar ideias e trabalhar. Automaticamente, os estudantes começaram a fazer parte desse processo”, comenta Márcia.

Quanto à aceitação, Márcia garante que “não tivemos grandes problemas”. “A maioria dos nossos alunos permaneceu na escola, mas recebemos muitos estudantes de outras instituições, inclusive, de particulares, pelo fato de ser o sistema cívico-militar”, finaliza a assessora de direção. 

Copyright © 2022.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito