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Covid-19: Dois casos já registrados em unidades prisionais de Criciúma

O primeiro foi no início da pandemia. O segundo, que ainda se encontra em isolamento, é no Presídio Santa Augusta
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 03/07/2020 - 12:35 Atualizado em 03/07/2020 - 12:40
Uma das higienizações realizadas no Santa Augusta / Arquivo / 4oito
Uma das higienizações realizadas no Santa Augusta / Arquivo / 4oito

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Um dos muitos desafios em meio à pandemia de Covid-19 está o de manter o isolamento seguro para segmentos que precisam estar em cárcere. Essa é a peculiaridade natural das unidades prisionais. Criciúma tem três. Dois registros de casos de contaminados pelo novo coronavírus foram registrados: um, ainda sob cuidados, no Presídio Santa Augusta, e outro, já curado, na Penitenciária Sul.

"Temos diariamente acompanhado, junto com os gestores, a situação na Penitenciária Feminina, Penitenciária Sul e Presídio Santa Augusta. Estamos fazendo um trabalho muito sério de prevenção, higiene e protocolos de assepsia. Todos os presos novos que ingressam, seja por mandado de prisão, prisão temporária ou preventiva, eles ficam no isolamento, conseguimos manter uma ala de isolamento para 14 dias, antes de ir para o convívio na massa carcerária", informou a juíza Débora Zanini, titular da Vara de Execuções Penais de Criciúma, em entrevista ao programa Agora, na Rádio Som Maior, nesta sexta-feira, 3. Em meados de abril, ainda não havia casos entre os presos de Criciúma.

Controle rígido

Existe todo um protocolo que vem sendo respeitado, e os novos presos que chegam são submetidos ao exame. "Todo o preso com sintomas de gripe, a gente faz o teste da Covid. Se der positivo, aconteceu um caso apenas no Santa Augusta, que fez o teste e deu positivo. Esse preso ficou no isolamento, na segunda-feira recebemos o resultado, ele não apresenta sintomas, está bem, controlado. Na Penitenciária Sul tivemos um caso, bem no começo da pandemia, aconteceu que ele testou positivo e também não tinha sintomas, ficou no isolamento e agora está de volta no convívio, está tudo controlado", explicou. 

Confira também - Na prevenção ao coronavírus, presídio de Criciúma recebe higienização

A rigidez no controle é, segundo a magistrada, fundamental. "A gente faz um controle muito rígido. Imagina, se a gente chega a colocar um preso com sintomas junto com a massa carcerária, no convívio haverá uma contaminação em massa e vamos perder o controle. Temos esse controle muito rígido. Todo preso que entra fica obrigatoriamente no isolamento, temos todos os cuidados. Isso sem falar nos cuidados de higiene, passamos água sanitária com jatos nas unidades, a prefeitura cede, manda funcionários. É tudo higienizado constantemente, para não ter risco lá dentro", detalhou.

Visitas seguem suspensas

Um dos primeiros procedimentos adotados - de forma pioneira em Santa Catarina - foi a suspensão de visitas nas unidades prisionais, bem como as atividades externas dos apenados do regime semi-aberto. E não há previsão de retomada. "Sim, as visitas continuam suspensas. A gente não pode permitir que familiares entrem no presídio ou na penitenciária, é um risco muito grande, dá muita aglomeração, dia de visita tem 500 pessoas no pátio. É impossível. As visitas seguem suspensas por tempo indeterminado", sublinhou a juíza.

Para ela, não há expectativa de retorno das visitas ainda em 2020. "A gente presume que até o fim do ano vai ficar assim. Não vemos resultados para vacinas ainda, acredito que esse ano vai ficar bem difícil de visitação. Estamos monitorando, mês a mês, e a princípio está suspenso por tempo indeterminado. Trabalho externo também. Todos os cuidados estão sendo tomados", afirmou. As reclamações dos familiares dos presos são constantes. "Tem muita reclamação. Demais. Os familiares querem visitar. Alguns não, estão conscientes, sabem que não pode, que tem risco, que vai levar risco para o preso. Mas alguns reclamam bastante", confirmou.

Um dos paliativos encontrados foi permitir, a cada preso, uma visita virtual ao mês para os seus parentes. "O Deap orientou um meio termo. Todo preso tem direito, uma vez por mês, a fazer uma chamada de vídeo com seu parente durante dez minutos. Essa foi a solução paliativa que o Deap encontrou para dar uma acalmada, que a visitação não seja presencial mas seja uma visita virtual, uma vez por mês, de dez minutos, com o computador que eles tem", contou. "Está dando certo", concluiu.

Ouça a entrevista da juíza Débora Zanini no podcast:

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