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Conselho de ética do PSL indica suspensão de Jessé Lopes

Outros três parlamentares estão na mesma situação; Jessé responde: "estou nessa situação por critiquei decisões do governador"
Por Heitor Araujo Florianópolis - SC, 12/03/2020 - 08:47 Atualizado em 12/03/2020 - 08:47
Foto: Divulgação
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Bolsonarista ferrenho, a passagem do deputado Jessé Lopes pelo Partido Social Liberal (PSL) ganhou mais um capítulo polêmico. De oposição ao governador Carlos Moisés, Jessé já recebeu advertências e ameaças de expulsão da cúpula estadual do partido. Nesta quinta-feira, 12, saiu uma indicação de suspensão do PSL ao parlamentar.

O Conselho de Ética do partido se reuniu na noite de quarta-feira, 11, para falar sobre a situação de Jessé e outros três parlamentares: Ana Campagnolo, Felipe Estevão e Sargento Lima. Os quatro, que mantêm postura distante a Moisés e próxima a Bolsonaro, tiveram o indicativo de suspensão por unanimidade. 

"Não foi concluído o processo. Eles sentiram a pressão da nossa defesa. Essa é uma decisão partidária, eles já têm o objetivo final deles. Agora vai tramitar e na próxima semana devemos ter uma nova defesa, que envolverá até a executiva estadual. Acreditamos que o objetivo final deles é nos dar essa suspensão", disse Jessé Lopes, em entrevista ao Programa Adelor Lessa, da Rádio Som Maior, nesta quinta-feira.

A suspensão - ou até expulsão - dos parlamentares do PSL não teria reflexo nas atividades parlamentares na Assembleia. Jessé deu o ponto de vista sobre a situação conturbada no PSL. "Cada um está afastado pelos seus motivos. Eu é porque sempre critiquei algumas coisas do governador, que eu não tinha como ficar quieto. Vai desgastando. Na segunda crítica que eu fiz, ele mandou recado pela mídia", acrescentou Jessé. 

Na onda de Bolsonaro, Jessé Lopes foi eleito com um discurso conservador mais radical. Seu começo de mandato foi marcado pela tendência liberal de economia de gabinete. Chegou a dizer que não queria a máquina de café e nem o carro parlamentar. Em agosto, informações de bastidores diziam que o governador teria pedido a expulsão de Jessé do PSL, pelo fato do parlamentar se opor a projetos do executivo.

A partir daí, não pararam de pipocar polêmicas da relação turbulenta de Jessé com o PSL e o governo do Estado. Em setembro, o deputado sugeriu a venda do Palácio D'Agronômica, residência oficial do governador. Em novembro, Jessé acompanhou a onda bolsonarista e participou dos eventos que deram o pontapé inicial para a futura criação do Aliança Pelo Brasil, resultado do racha de Bolsonaro com o PSL.

No mesmo mês, Jessé iniciou uma série de ataques a movimentos sociais. Durante um evento da Coalizão Conservadora em Criciúma, o deputado afirmou que "xingar não é homofobia". "Fiz denúncia de uma escola em Joinville que tava ensinando masturbação e veio viado de tudo que é canto do Brasil para me xingar. Respondi à altura e estou agora na comissão de ética. Homofobia seria eu não sentar ao lado de alguém porque essa pessoa é gay, xingar não é, é no máximo uma ofensa”, disse na ocasião.

Em janeiro deste ano, Jessé recebeu outra advertência do partido, em relação a respostas que deu ao movimento feminista Não É Não. O coletivo denunciava os assédios sofridos por mulheres no carnaval e o deputado fez uma postagem polêmica em suas redes sociais. "...quem, seja homem ou mulher, não gosta de ser “assediado (a)?? Massageia o ego, mesmo que não se tenha interesse na pessoa que tomou a atitude", postou.

O deputado federal Fábio Schiochet, presidente estadual do PSL, repudiou o comentário de Jessé e novamente falou-se em expulsão no partido. "É um comentário sem conteúdo, que denigre a mulher. É totalmente inconcebível para um deputado estadual", disse Fábio. "Não vai massagear o ego. Não é só a cantada, é um assédio moral que pode virar um assédio sexual. As mulheres lutaram tanto para ter uma igualdade na política, no serviço público e privado", acrescentou.

Agora, Jessé terá que fazer sua defesa, junto com os outros três parlamentares, para evitar a suspensão partidária, sinalizada positivamente pelo conselho de ética pesselista. 

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