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Clima prejudica safra da uva, mas qualidade deve minimizar prejuízos

Excesso de chuva e umidade durante a floração afetou a produtividade
Por Redação Criciúma, SC, 31/12/2023 - 11:13
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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Os produtores da região do Vales da Uva Goethe preparam o início da Vindima, a colheita da uva. A safra de 2023-2024 enfrenta desafios em termos de quantidade devido ao excesso de chuva e umidade, mas os produtores preveem um ganho na qualidade.

A família Quarezemin, por exemplo, possui dez hectares de uva Goethe, sendo quatro hectares destinados para a fabricação do vinho. O restante é vendido in natura, além de dois hectares de niagara rosada.  "Vamos começar a colher após o dia 15 de janeiro. Prevemos uma perda de 30 a 40% devido às chuvas, mas estamos otimistas porque a qualidade do fruto está muito boa", destaca o presidente da Progoethe, Guilherme Facanali Bianchini, sócio-administrador da vinícola Quarezemin, em Içara.

No Vales da Uva Goethe, são cerca 50 hectares plantados, sendo que a região é a única que cultiva essa variedade típica e rara. O pesquisador da Epagri Emilio Della Bruna endossa a avaliação de que as condições climáticas influenciaram a safra. "Foi um ano atípico, com um inverno muito quente e com muita chuva principalmente durante a floração e tudo isso prejudicou a produtividade. Na produção de niagara rosada, a quebra foi ainda maior, chegou a 85%, dos 300 hectares cultivados na região", pontua. 

Boa com a qualidade da uva deve minimizar prejuízos 

Se a quantidade colhida será menor, a boa qualidade do fruto deixa os produtores otimistas. A expectativa é que o sol e o calor neste período que antecede a colheita contribua para a boa maturação dos frutos. "No período da floração houve muita chuva, prejudicando a polinização. Sendo assim, ficou com uma produção pequena, com uma queda de até 50%. Mas está chegando o amadurecimento e o tempo está colaborando, com dias secos ótimos para a fruta concentrar o açúcar, os aromas, e o nível de acidez", esclarece Gilmar Trevisol, da Vinícola Trevisol.

Na Vinícola Bianco, em Orleans, a colheita dos primeiros cachos de uva nos cinco hectares cultivados começa na próxima semana. "Se confirmar as previsões do tempo que colocam o mês de janeiro mais seco, sem muita chuva teremos uvas de excelente qualidade", diz o agrônomo e sócio da Vinícola Bianco, Antonio Bianco.

Raro e único no terroir brasileiro

Cada vinho é único, e o vinho Goethe além de único é típico e raro, produzido apenas na região do Vales da Uva Goethe. Entre as diversas razões que tornam cada garrafa tão especial está o selo de Indicação Geográfica, o primeiro conquistado por Santa Catarina. O clima é um dos fatores que está presente no terroir das garrafas. O terroir (território) é um conjunto de fatores, como clima, topografia, geologia, castas, e também a cultura, história, tradição e ao saber fazer regional. A maior parte da uva Goethe é destinada para a produção do vinho, e as vinícolas que não possuem parreirais próprios, compram a fruta de produtores da região. 

A Casa Del Nonno, possui oito hectares da Goethe, e incluiu mais de 100 pés de de duas novas variedades em fase de experimentação, que devem produzir os primeiros frutos em três anos. "A expectativa é boa em relação a qualidade, mas teremos uma redução na quantidade devido às chuvas que aconteceram durante a floração das videiras", fala o enólogo Matheus Damian.

Na Vigna Mazon, são cultivados 1,5 hectare de uva Goethe, o que representa um terço produção, cerca de 15 toneladas. O restante da fruta utilizada na fabricação do vinho vem de famílias de produtores rurais da região. Além disso, na vinícola também são cultivadas as uvas niágara e bordô, esta última é típica americana e utilizada para elaboração de sucos e geleias. "Cultivamos ainda a Goethe Primus, uma mutação que se adaptou muito bem a esse território. Enquanto a clássica, tem uma coloração que puxa um verde com rosa e amarelo dourado, com uma acidez mais acentuada, própria para espumantes. A Primus quando madura, vai para um verde água, é mais leve, boa para elaboração de vinhos tranquilos", finaliza Patrícia Mazon.

XVI Vindima Goethe inicia 13 de janeiro 

As seis vinícolas participantes prepararam uma programação especial para receber os turistas e visitantes. São sunsets, piqueniques, degustações, cinema ao ar livre e atrações artísticas, de 13 a 28 de janeiro de 2024, com programação especial nas vinícolas associadas a Progoethe: Vinícola Casa Del Nonno, Vigna Mazon, Vinícola De Noni, Vinícola Trevisol, Vinícola Bianco e Vinícola Quarezemin.

Além disso, a Progoethe organiza com apoio da Prefeitura de Urussanga, dia 19 de janeiro às 18h30 a missa para abençoar as mãos que colhem na Matriz Nossa Senhora da Conceição, às 19h30 a Vindima in Festa, evento aberto ao público no salão da igreja.  

São patrocinadores do evento o BRDE, Unesc, Sebrae e Olim Agro. As prefeituras de Urussanga, Cocal do Sul e Orleans são parceiras. O evento também tem apoio da Epagri.

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Colaboração: Janine Limas/Progoethe

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