Com o encerramento oficial da recuperação judicial da Criciúma Construções, após nove anos, clientes e credores ainda têm pendências a acompanhar. Apesar do fim da intervenção da Justiça, o plano aprovado durante o processo segue em vigor e deve ser cumprido integralmente, com prazos que se estendem por até 15 anos. A informação foi detalhada pelo gestor judicial Zanoni Elias em entrevista ao Programa Adelor Lessa, da rádio Som Maior, nesta sexta-feira (1º).
Segundo Elias, a empresa volta a operar sob o comando do empresário Rogério Cizeski, que reassume todas as responsabilidades previstas no plano. Segundo ele, dos 78 prédios e 14 loteamentos incluídos no processo, cerca de 80% já foram repassados aos compradores. “Alguns empreendimentos são inviáveis do ponto de vista de conclusão, por questões legais, ambientais ou baixa comercialização. Outros ainda podem ser resolvidos com negociações futuras, como é o caso do edifício Paulista, em Arroio do Silva”, explicou.
Zanoni também destacou que os credores trabalhistas receberam, até agora, aproximadamente R$ 20 milhões. “Praticamente todos foram quitados. Os poucos que restaram são processos recentes, e o plano prevê até 12 meses para o pagamento”, detalhou. Para os casos sem possibilidade de repasse, os credores serão incluídos na chamada classe quirografária, ou seja, sem garantia real. Nessa condição, segundo o plano, haverá um deságio de 80% e o valor restante será pago em até 180 parcelas.
Ouça na íntegra a entrevista do gestor judicial Zanoni Elias: