Diante da nova tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), Franke Hobold, defendeu que o governo brasileiro busque uma saída diplomática para evitar prejuízos à economia catarinense. A medida, segundo ele, afeta diretamente empresas do Sul de Santa Catarina que mantêm relações comerciais com o mercado norte-americano.
“Por tudo que já vimos até agora, acredito que esse impasse deve ser resolvido por meio do diálogo. É hora de o Brasil atuar via diplomacia e através do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, comandado pelo ministro Alckmin, que sempre foi uma pessoa ponderada”, afirmou Hobold.
Segundo o presidente da Acic, a decisão do governo dos Estados Unidos tem um caráter inusitado por incluir um componente político em uma questão econômica — o que, segundo ele, é atípico nas relações internacionais. Ainda assim, Hobold acredita que o cenário pode mudar. “Já houve casos em que se aplicaram tarifas elevadas e, depois, os países voltaram à mesa de negociação. Acredito que o mesmo deva ocorrer agora.”
Santa Catarina tem nos Estados Unidos um dos principais destinos de exportação, com destaque para os setores metalmecânico, cerâmico e de peças para a indústria automobilística. “É como perder o seu segundo maior cliente. Não há como absorver uma tarifa de 50% sem impacto direto nas empresas da nossa região”, disse.
Hobold também alertou para o risco de o Brasil adotar medidas de reciprocidade. “Se houver retaliação, ninguém ganha. Não é bom para o Brasil, nem para os Estados Unidos. Tarifação desse tipo só prejudica os dois lados”, concluiu.
Ouça na íntegra o que disse o presidente da Acic, Franke Hobold: