Após 30 anos, Pinheirinho vê alívio com a Central do Recomeço

A Central do Recomeço representa um desafogo para moradores do Pinheirinho, em Criciúma. Eles lutam pela transferência da Casa de Passagem e do Centro Pop, equipamentos públicos direcionados aos cuidados de pessoas em situação de rua.

Na última semana, a Câmara de Vereadores aprovou o polêmico projeto de lei que autoriza a compra de uma área de 21 mil metros quadrados, no bairro Capão Bonito, para onde serão levadas essas estruturas. 

Além delas, também vão o Caps AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) e outros serviços voltados à ressocialização de dependentes químicos que vivem nas ruas de Criciúma.

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Central do Recomeço é vista como alívio no Pinheirinho

Enquanto moradores do Capão Bonito contestam o plano da Prefeitura de Criciúma, os do Pinheirinho aprovam a iniciativa. Esse é o caso de Marlon Zapelini, que lembra a luta histórica por melhorias na segurança pública.

“Essa é uma batalha que também estamos lutando e começamos com essa boa notícia, de que foi aprovada a compra de um novo espaço para alocar a Casa de Passagem e o Centro Pop. A gente sabe que nenhuma comunidade quer receber isso, mas nós, no bairro Pinheirinho, estamos sofrendo a cerca de 30 anos e queremos alívio para a nossa comunidade”, reflete.

Zapelini lidera a Associação Casa Viva Container, projeto social que desenvolve trabalho com crianças no Pinheirinho. De acordo com ele, a transferência do Centro Pop e da Casa de Passagem representa o início de uma transformação que precisa ter continuidade.

“A nossa comunidade vem sofrendo há muitos anos com essa questão de pessoas em situação de rua. Muitos são usuários de drogas e esses dois equipamentos fortalecem a permanência desses indivíduos no bairro", avalia.

"É claro que não é só essa medida que nós almejamos, nós queremos também a aplicação da Lei 8.813, que foi aprovada na Câmara de Vereadores em agosto desse ano, que é a Lei da Internação Involuntária”, completa.

Central do Recomeço enfrenta resistência no Capão Bonito

Moradores da comunidade agrícola de Capão Bonito protestaram no último domingo (21) contra o projeto que prevê a instalação da Central do Recomeço no bairro. Após verem a aquisição do terreno ser aprovada na Câmara de Vereadores, eles buscam formas de evitar que o plano saia do papel.

• Local previsto: bairro Capão Bonito
• Área do terreno: 21 mil m²
• Valor da compra: R$ 750 mil
• Projeto para aquisição do terreno foi aprovado pela Câmara
• Alguns dos serviços: Casa de Passagem, Centro Pop e Caps AD
• Capacidade inicial: 40 atendimentos

Entre as medidas discutidas pela comunidade estão o protocolo de uma denúncia no Ministério Público (MP), a solicitação de uma reunião com o prefeito Vaguinho Espíndola e a mobilização de bairros adjacentes para fortalecer o movimento, além do registro de um abaixo-assinado contrário à implantação.

“A gente sabe que as outras comunidades não querem receber, mas nós estamos com a Casa de Passagem há 30 anos. O município poderia colocar este órgão em um local mais distante ainda. Temos a região das penitenciárias, que poderiam receber esse tipo de equipamento, mas é claro, deveria fazer um estudo de impacto”, argumenta Zapelini.

O terreno que receberá a Central do Recomeço está localizado na rua Pedro Onofre Miguel, pertence à Igreja do Evangelho Quadrangular e será adquirido por R$ 750 mil. O local já possui edificações que passarão por reformas.