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Soratto fica ou sai da Casa Civil?

A polêmica em torno do assunto continua

Por Maga Stopassoli 24/08/2023 - 22:06 Atualizado em 24/08/2023 - 22:07

Bom caráter, pessoa do bem, sem maldade, um cara puro, confiável, leal.

Esses foram alguns adjetivos atrelados ao atual secretário chefe da Casa Civil de Santa Catarina, deputado Estener Soratto, por parlamentares que falaram ao blog. Mas a lista de elogios acaba aí. É que na esteira das mudanças que vem ocorrendo no governo Jorginho, na noite desta quarta-feira chegou a circular a informação de que Soratto teria deixado a Casa Civil. O motivo? A falta de articulação política. O próprio secretário desfez o mal-entendido. Com a gentileza com que sempre atende a imprensa, disse que “estava até agora na casa do Governador tratando de assuntos do Estado, mas nenhum deles era sobre minha saída”.

Para tentar entender o motivo do boato da noite anterior, passei o dia ligando os pontos sobre o que se passa na Secretaria mais visada do Estado: a da Casa Civil. Antes disso é preciso pontuar que Jorginho Mello e Sorattinho são companheiros de partido e de política de longa data. Pelas características citadas acima, dá pra arriscar dizer que o governador entregou a ele a Casa Civil pois sabia que a lealdade do tubaronense não lhe traria nenhum dissabor. E é justamente aí que mora o perigo, como diria a canção de Henrique e Juliano.

Excesso de lealdade ao governador, pouca capacidade de resolutividade às demandas dos deputados. Na prática, esse é o resumo dos relatos dos deputados ouvidos pelo blog.

“Há uma certa desconfiança sobre a autonomia dele. Ficamos em dúvida sobre até que ponto tratar alguma questão com ele vai resolver a situação. A sensação é que ele não tem autonomia, de fato”, disse um parlamentar. “Ele é um baita cara. Mas não tem autonomia. Tudo é centralizado no governador”, disse outro.

Visivelmente, Soratto é uma figura querida pelos colegas de parlamento, que foi alçado à função de chefe da Casa Civil, mas sem a autonomia que a pasta exige. Olhando de fora, duas leituras são possíveis. A primeira é a de que está faltando articulação política ao secretário e um pouco de “maldade” no processo. Além disso, o foco em sua pré-campanha para prefeito de Tubarão também pode estar atrapalhando seu desempenho na Casa Civil. Recentemente a cidade passou por uma eleição indireta que teve a entrada e saída de Soratto do cenário de articulações e isso acabou expondo-o de modo desnecessário. Faltou habilidade ou foi mal aconselhado. O candidato apoiado por ele perdeu a eleição. Na mesma semana, ele posou para foto ao lado do prefeito eleito e do deputado Júlio Garcia. O gesto parece ter encerrado a polêmica.

Ainda sobre a eleição do ano que vem em Tubarão, recentemente o ex-governador Moisés deu entrevista ao Parlatório da Som Maior e não descartou a possiblidade de concorrer a prefeito. Seria um embate importante entre duas figuras representam dois grupos políticos opostos e os mais fortes do estado hoje. Mas, até lá, Soratto precisa retomar as rédeas de sua vida política que hoje parece compartilhada com a esposa, a arquiteta Grazi da Silva, que pelos movimentos que vem fazendo publicamente, parece ter alguma pretensão política para o futuro.

Os questionamentos em torno da permanência ou não de Soratto a frente da Casa Civil, não começaram ontem. Nem semana passada. Só que em nenhum momento o governo fez qualquer movimento para dissipar a nuvem de dúvidas que paira sobre o assunto. E a pergunta que não quer calar é: por quê? Jorginho estaria seguro com a atuação de Soratto? Ou o governador espera que a situação tome uma proporção maior a ponto de ser inevitável uma substituição? Nos dois casos, Soratto dorme e acorda tendo de dar explicações sobre sua permanência na Casa Civil, enquanto as pautas de governo seguem sem ser assunto.

Um exemplo? A discussão sobre o projeto que revoga o desconto de 14% dos servidores aposentados de Santa Catarina. Um dos deputados ouvidos pelo blog disse que o governo ainda não articulou com o parlamento sobre o assunto e que a revogação deve custar cerca de R$ 500 milhões por ano para os cofres do governo. Por ser uma promessa de campanha do governador, a tendência é de que o governo tenha interessa na aprovação da revogação, por isso a importância de estreitar laços com o parlamento.

Ainda dá tempo de o Secretário rever sua estratégia política, de comunicação e de articulação e compreender que quem tem mandato é ele e que tomar pé das decisões é o melhor caminho a seguir.

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