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Saldo do evento na Acic: climão, sorrisos e empate técnico

Lançamento do Programa de Transição Energética Justa teve tudo que o criciumense gosta

Por Maga Stopassoli 27/05/2024 - 16:21 Atualizado em 27/05/2024 - 21:12

Que o governador Jorginho Mello esteve em Criciúma na manhã chuvosa desta segunda-feira, 27, para lançar o programa “Santa Catarina 2050 – Transição Energética Justa”, você já sabe. Se não sabe, é só clicar aqui para entender do que se trata o programa e o significado dele para a nossa região e para todo o estado.
O que você talvez não saiba, é como foi o clima no evento. Com o auditório da Associação Comercial e Empresarial de Criciúma (ACIC), completamente lotado, o público presente presenciou uma batalha política em curso, no melhor estilo de todos: com indireta, aperto de mão e divergência.

Em ano de eleição, todo evento é político

Ricardo Guidi, em seus últimos dias como Secretário de Meio Ambiente de Santa Catarina e pré-candidato a prefeito de Criciúma, pelo PL, abriu o evento trazendo um resumo sobre o impacto do programa de transição energética, apresentou dados, falou sobre a importância de tratar as questões ambientais para evitar futuras tragédias climáticas e sobre recuperação ambiental. Preocupado em falar sobre questões técnicas do programa, acabou desperdiçando a segunda melhor oportunidade do ano para ser pré-candidato. Em ano de eleição, todo evento é político. Em seguida, Fernando Zancan, Presidente da Associação Brasileira do Carbono Sustentável, explanou sobre o programa do governo lançado hoje e, seu estilo de discursar, acabou virando brincadeira nas falas de Júlio Garcia e de Jorginho Mello.
Por falar em Júlio Garcia, o deputado do PSD fez seu tradicional discurso breve. Falou menos de cinco minutos e aproveitou a ocasião para reforçar que “Criciúma teve sua história e sua economia forjadas pelo carvão. Hoje, no lugar da pirita, nós temos parques”, em alusão à atual gestão de Clésio Salvaro, que investiu na construção de parques na cidade.

Salvaro com V de Vou me Vingar 

Até que chegou a vez do prefeito da cidade fazer seu discurso. Clésio Salvaro, ao acordor na manhã de hoje para se preparar para o evento da Acic, certamente pensou: “hoje eu vou me vingar daquele dia na AM”. (Risos).

Ele começou apresentando um vídeo que durou pouco mais de três minutos sobre ações de seu governo que, segundo a narração, já colocam em prática a transição energética justa. “Em Criciúma, graças as ações da Administração Municipal, a Transição Energética Justa já é uma realidade. Passivos ambientais se tornaram áreas de lazer, como o Parque dos Imigrantes, no distrito do Rio Maina, e o Parque das Nações, na Grande Próspera. Locais, antes, abandonados, e que se tornaram grandes pontos turísticos”, diz o texto que acompanha o vídeo. Quando o vídeo acabou, Salvaro mostrou para um auditório cheio a sua capacidade de acabar com a festa no campinho de casa. Ele falou que “na vida real” o discurso de transição energética é outro e que não existe “descarbonização”, nem recuperação ambiental.

Veja um trecho do discurso do prefeito:

“Nós apoiamos (o plano de transição) porque ele é bom. Mas é preciso falar da vida real. O que nós estamos vivendo, no dia a dia. Não tem 2050, não terá 2040 se a gente não olhar pro presente. Impossível. Primeiro, a demonização da atividade mineira, como se os mineradores destruíram a nossa cidade. Pelo contrário. O que nós vimos hoje na superfície é graças ao que saiu do subsolo. Então nunca a demonização do carvão. Já faz 12 anos que não se abre mais uma mina de carvão aqui na região. As questões ambientais emperram e tiram a autoestima e o ânimo daqueles que investem. É preciso flexibilizar esse negócio. Quando Fernando Zancan fala em descarbonização é preciso entender que essa palavra não existe. Assim como é preciso refletir sobre a demonização da atividade mineira e aí eu posso dizer que centenas de milhares de mineiros trabalharam carregando vagoneta de carvão para que seus filhos carreguem uma mochila cheia de livros. Não há recuperação ambiental. É preciso dar um novo significado pra essa palavra. Se tu falas em recuperação, tu tens que desmanchar quase 80% da cidade de Criciúma. Acho que é até medicinal a água da pirita porque quando a gente era criança, a gente pegava sarna, a mãe mandava tomar banho na água de pirita. Acho que nessa transição energética justa deve ser incluída da pirita não é medicinal, disse em tom de brincadeira. Não há transição energética justa se não houver um novo significado para a palavra recuperação. Nós amamos essa cidade mesmo com essa piritinha que tem aí”.

Zero desperdício

Salvaro não desperdiçou a oportunidade que caiu em seu colo de devolver o climão proporcionado por Ricardo Guidi no evento do PSD, no dia 6 de março, em Criciúma. Planejado para ser o evento de lançamento da pré-candidatura de Arleu da Silveira, o encontro catapultou Ricardo Guidi à condição de injustiçado, o que o levou a migrar para o PL, dias depois. (Relembre aqui).

Jorginho, cadê você?

Aí você pensou: "tá, mas cadê Jorginho?". O governador iniciou, dizendo: “Prometo que não vou ser tão longo quanto o Zancan, nem parecido com o Clésio”. Em seguida, cumprimentou funcionários da prefeitura, da Unesc, o presidente do Sindicato dos Mineiros de Criciúma, Djonatan Elias e Astrid Barato, presidente do Sindicato dos Mineradores. E continuou: “Prefeito Clésio fala das praças recuperadas e ele faz como já fez o Altair Guidi, (pai de Ricardo Guidi) lá atrás". (ele dá a indireta deleh).

Se Clésio aproveitou o evento do governador pra jogar confete em si mesmo, Jorginho aproveitou o próprio evento para citar ações da secretaria de Guidi e enaltecer seu candidato na corrida pela prefeitura. Ficou evidente o clima de disputa, com Salvaro & Júlio, de um lado, e Jorginho & Guidi, do outro.

Não há espaço para indecisos

Nesse ponto, vale ressaltar que na eleição de Criciúma neste ano não há lugar para quem ainda está em cima do muro. A disputa vai se concentrar entre Vagner Espíndola (Salvaro) e Ricardo Guidi (Jorginho). Os partidos que não entenderam isso ainda e estão esperando a hora certa para decidir quem irão apoiar, vão deixar o bonde passar e não vão ficar nem com um, nem com outro.

Pra fechar

É provável que quem organizou o evento não imaginou que o segundo round entre Salvaro e Guidi fosse acontecer exatamente hoje. Mas, quem perdoa é Deus, né? Clésio Salvaro e o PSD, no máximo, esperam a primeira oportunidade. No saldo final, com o jogo jogado em casa, Guidi 1 x Salvaro 1.

 

Salvaro e a transição energética com a energia do caos no evento de hoje, na Acic. Foto: a própria Maga.

 

 

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