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Entenda o que levou à substituição de Arleu como pré-candidato a prefeito de Criciúma

Em seu lugar o PSD escolheu Vagner Espíndola

Por Maga Stopassoli 28/04/2024 - 20:38 Atualizado em 29/04/2024 - 07:29

Muito antes de migrar para o PSD, em junho de 2023, o prefeito de Criciúma, Clesio Salvaro, já havia escolhido seu sucessor: era Arleu da Silveira. Promovido a secretário-geral de governo e coordenador do maior programa de investimentos da história de Criciúma, o Acelera Criciúma, Arleu foi substituído na última sexta-feira (26), após uma pesquisa interna acender alerta amarelo. Os números não eram, nem de longe, o que o partido esperava para enfrentar uma eleição municipal em pé de igualdade. O anúncio da substituição veio através de duas notas oficiais. Uma, assinada pelo próprio Arleu e, outra, pelo PSD de Criciúma. Essa última, chamou atenção pelo fato de, sequer, mencionar o já ex-pré-candidato a prefeito, a quem Clésio disse que estaria junto até o fim.

Uma sucessão de erros levou a esse desfecho, começando pela falta de capacidade do PSD local de entender que desde 2018, o modo de fazer política, ou, de eleger um candidato, sofreu mudanças. A benção de um político vencedor, não elege mais um sucessor, com tanta facilidade. Clésio Salvaro foi eleito e reeleito com votação expressiva e tem excelentes índices de aprovação de sua gestão. Não foi suficiente. Desde que levantou o braço de Arleu e o elegeu seu sucessor, as pesquisas sempre foram um problema interno, mesmo que, publicamente, lideranças peessedistas sustentassem o contrário. “Arleu disparou”, diziam. Não era verdade.

Também não é verdade que a liderança de Salvaro faz milagre sozinha, além de colocar em debate o tamanho de sua influência política. Em entrevista recente ao programa Parlatório, na Som Maior, o deputado estadual Júlio Garcia profetizou que Arleu venceria as eleições e que, em 2026, Salvaro estará na majoritária, mas vinculou isso a um detalhe importante. Júlio disse que, para isso, o prefeito criciumense precisaria eleger seu sucessor. 11 dias após a entrevista, o cenário do PSD em Criciúma mudou bastante. Arleu não é mais candidato e o projeto político de Clésio Salvaro passa por um momento turbulento.

Informações de bastidores dão conta que Clésio resistiu em substituir seu indicado, fato que foi superado após longas conversas entre a cúpula do partido. Convencido de que essa seria o melhor caminho, a troca de nomes veio num movimento silencioso e rápido, no fim da tarde de sexta, após este blog publicar, com exclusividade, que havia essa possibilidade. Uma pesquisa feita pelo instituto IPC, de Criciúma, em dezembro do ano passado, colocava Arleu na liderança e isso diz duas coisas: ou a metodologia usada pelo instituto, falhou ou, o candidato do Clésio, derreteu. É fato que Arleu sai dessa missão com grandeza. Ele foi exposto à opinião pública que, desde 2022, acompanhou de perto as inúmeras tentativas para fazê-lo deslanchar nas pesquisas. O perfil técnico do escolhido pelo prefeito talvez tenha sido um dos fatores que atrapalharam o roteiro. Salvaro escolheu Arleu há bastante tempo, mas, demorou para torná-lo uma figura pública de seu governo.

Tudo seria diferente se Ricardo Guidi tivesse permanecido no PSD e, com isso, não fosse candidato a prefeito, lugar já ocupado por Arleu. A disputa teria outros contornos. Ricardo migrou para o PL e o resto da história vocês já conhecem. E essa história teve início naquele fatídico 6 de março quando a caravela do PSD aportou em Criciúma para um encontro regional do partido, trazendo a bordo, Júlio Garcia, Eron Giordani, João Rodrigues, Topázio Neto, entre outros. O clima daquele evento foi o prenúncio do que viria. Ricardo Guidi compareceu ao encontro e se lançou pré-candidato, antes mesmo de Arleu se pronunciar. Foi naquele momento que as coisas tomaram um rumo que não estava previsto. Agora, substituído, Arleu não será nem candidato a vereador, já que se desincompatibilizou fora do prazo da secretaria de ocupava. Na nota que enviou na sexta-feira, ele menciona que está pronto para entrar na coordenação da campanha de Vagner Espíndola, fato que não deve se concretizar, embora deva manter seu apoio ao candidato indicado pelo prefeito. Vale destacar que Vaguinho, como é conhecido, chegou a ser cotado para ser vice de Arleu, vaga que ele não quis ocupar. Dessa forma, não restou outra alternativa se não coloca-lo na cabeça de chapa.

Na última agenda política oficial, no dia que marcou sua saída como secretário-geral de governo, Arleu da Silveira ouviu de Clésio, emocionado, que disse: “eu estarei contigo até o fim”. Ele só não sabia que o fim seria 14 dias depois.

 

Clésio e Arleu, na despedida deste da Secretaria-geral de governo, no último dia 12.



 

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