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Velhos tempos históricos da minha infância no Araranguá e os tomates verdes fritos de dona Amarfilina

Por Aderbal Machado 01/04/2023 - 08:57 Atualizado em 01/04/2023 - 08:59

Nos idos finais de 1950, começo de 1960, em Araranguá, estava eu no aspirante do Grêmio Esportivo Araranguaense. Mais por diletantismo. Nunca fui bom jogador, goleiro que tentei ser. Mas me fascinava a lida dos treinos, a bagunça do vestiário. Coisas marcantes: Adãozinho (Adão Fernandes de Souza) sempre chegava cantando, enquanto se arrumava: "Que importa saber quem sou, nem de onde venho nem pra onde vou...", música do Trio Los Panchos (El vagabundo). Adãozinho foi goleiro do fantástico time juvenil Flamenguinho do Valmarino (Valmarino Palmas, gráfico conceituado e dono de algumas casas de bailes famosas na época, as quais, inclusive, frequentei - os bailões de hoje, com muita Glostora no cabelo da rapaziada e Óleo Dirce perfumando as moças), mas desandou para o ataque, embora nanico, porém ágil como um gato. E Nilson (Matos Pereira), goleiro titular, que tomava banho gelado aos berros, porque dizia que ajudava a arrefecer o choque da água no corpo quente. Nilson foi reserva de Gainete na Seleção Catarinense de futebol da época. Outra coisa marcante era a dedicação do roupeiro, Gervásio, também servente do Grupo Escolar Castro Alves. Era ele que ajeitava o material, camisas, meias e chuteiras. Aliás, chuteiras horríveis, que eram amaciadas com sebo por causa do couro ressecado. As bolas tinham a dureza de uma pedra quando muito cheias. Na chuva, pesavam uma tonelada. 

Ainda guardo o tom idílico e poético da visão do Morro do Centenário, emoldurando o cenário a Leste do estádio do Grêmio Fronteira, então uma quadra inteira (hoje não sei). 

Os treinos duravam a tarde inteira, até escurecer. Chegando em casa, a ansiedade ficava por conta das refeições de mamãe. Geralmente minestra com queijo ou tomates verdes fritos com ovos mexidos, pois no mais das vezes não nos era possível comprar carne. 

Só reminiscência de um tempo que, infelizmente, jamais voltará.

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