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Um vexame das antigas e o orgulho de sempre dos companheiros

Por Aderbal Machado 15/10/2022 - 07:00

Seja em rádio, no meu começo – ou em televisão, um pouco mais adiante e também no começo, havia empecilhos sumários ou imensos, dependendo da circunstância ou momento. Transmitir ao vivo se enquadrava como uma epopeia: envolvia pedido de linha à Telesc, preferencialmente uma “LPP”, convencionada como “ida e volta”, para transmissão e escuta a um só tempo. Pedido, diga-se, com antecedência. Dependendo da ocasião, com dias de prazo. Caso, por exemplo, da transmissão da eleição indireta de Colombo Salles em 1970, na Assembleia Legislativa, ainda localizada naquele casarão cinzento-escuro da Avenida Rio Branco, depois sede do Batalhão da PM. Hoje não sei o que seja.

Houve casos hilários, como quando Antônio Luiz e eu fomos transmitir uma regata da classe “snipe” no Campestre Iate Clube, hoje Condomínio Villa Suíça. Chegando lá, montamos o aparato todo, liga daqui, liga dali, confere a linha (“alô estúdio, alô estúdio, se estiver ouvindo dá dois cortes”). Depois de uma meia hora, terminamos e íamos iniciar a transmissão. Mas, transmitir o quê, aquele monte de barcos a uma distância enorme, lá no meio da lagoa, significava o quê mesmo? Quem estaria vencendo? 

Olhamos para o lado e lá estava Silvio Bittencourt, o comodoro do Iate Clube e dono do lugar todinho, sentado com outro sujeito a falar e beber cerveja. Ao perguntarmos ao Sílvio sobre a disputa para se familiarizar com detalhes técnicos, ele apontou ao sujeito sentado com ele: “Já terminou. O Nelson Piccolo aqui sentado comigo, venceu”. Nelson era campeão mundial da categoria. 

Enfiamos a cara no chão e saímos vermelhos de vergonha. Vexame.

Ensacamos todo o equipamento sem organizar muito e nos mandamos embora.

Na eleição de Colombo, em Florianópolis, em 1970, também fomos eu e o Antônio Luiz, mas aí a transmissão saiu direitinho. Ali conheci Ramiro Gregório da Silva, mais tarde meu camarada dileto na Rádio Aquarela (hoje Marazul) de Barra Velha, então absoluto em Joinville pela Rádio Cultura. Cheio de marra e competente colega. Fazia chover canivete nas transmissões.

Aqui homenageio os tantos colegas que tive nos tempos da TV Eldorado, pioneira no sul e jamais esquecida no seu protagonismo forte no sul inteiro, de fio a pavio. Saudades ardidas daquele tempo.

Porque sem eles nada seria igual. Abração a todos.

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