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Animais de estimação não são bibelôs ou enfeites de casa 

Por Aderbal Machado 08/04/2023 - 08:03 Atualizado em 08/04/2023 - 08:05

Nosso gatinho Félix, levado por uma maldita doença, nos ensinou o valor da luta pela vida. É dele o mérito de nos oferecer oportunidades de demonstrar, afinal: animais de estimação são isso mesmo – de estimação. São seres vivos, não bibelôs de enfeite, utensílios descartáveis. Para muitos – infelizmente – valiosos e bonitinhos enquanto novinhos e saudáveis. Idosos e doentes há quem os jogue numa estrada deserta para morrer. Ou os sacrifiquem “para não dar despesas e trabalho”. Pois lhes digo: Félix era o meu menino, meu parceiro, minha companhia perene. Estava ao meu lado sempre, acarinhando e pedindo comida em nome dos demais. Por isso o epíteto de “chefe” a ele conferido por nós. Inclusive pela pose ostensivamente audaciosa e aristocrática ao andar, deitar e nos olhar.

Pois ele, de repente, ficou retraído e nem percebemos no tempo certo. Estava doente e definhando. Seu emagrecimento foi repentino. Perdeu muito peso em menos de 15 dias. Segundo as veterinárias, o câncer tinha uma agressividade incomum. Atingiu intestinos, fígado e tórax a um só tempo. 

Neste momento, creio oportuno aconselhar a quem tenha ou pretenda ter animais de estimação (talvez muitos saibam mais , mas ainda assim direi): preparem-se para os momentos de doença. É tudo muito caro e o Brasil ainda não possui um sistema público para animais. Com Félix, tentando salvá-lo e, ao fim, apenas para aliviar seu sofrimento – gastamos todas as poucas reservas de segurança financeira e mais um pouco. Ficou uma dívida ainda a ser paga no decurso de mais meses. Não importa isso. Venderia meu carro se isso fosse condição para salvá-lo. Por isso digo: ele nos ensinou o valor da vida. Por ela, para mantê-la, jogamos na frente tudo o conquistado. Em nome da permanência entre nós daqueles a quem amamos muito. Em nome, enfim, do amor fraterno, paterno, filial.

Enquanto isso, vemos dentre os humanos as maiores barbáries de desprezo à vida. Nem preciso ir adiante ou citar exemplos. Eles estão à flor do momento e da história. 

“Quanto mais conheço as pessoas, mais amo os animais”. Eles são capazes de morrer por nós, nos defendendo e se entristecem ou se alegram conosco. Precisamos corresponder na mesma medida. No mínimo.

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