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O que liga Luciano, Daniel e Diomicio

Por Adelor Lessa Edição 01/04/2022
Diomicio, Luciano e Daniel
Diomicio, Luciano e Daniel

Luciano Hang fez que foi, mas não foi.
Num determinado momento, ele mesmo estava convencido que seria candidato ao Senado.
Tanto é que ele mesmo confessou que convocou a entrevista coletiva do dia 10 de março para anunciar filiação no PL e candidatura a senador. 
Mas no dia anterior suspendeu o anúncio, remarcou a coletiva. Que foi depois cancelada de novo. E quase no fim do prazo para filiação, bateu em retirada.
Decidiu continuar abrindo lojas da Havan, agitando nas redes sociais e mantendo sua marca de craque no marketing. 
Ninguém mais que ele entende do riscado por aqui.
O “véio da Havan” virou personalidade nacional.
Por onde passa, é parado para selfies e autógrafos.

Ele é tão fiel às regras do marketing que não tem nenhum problema em usar aqueles ternos verde e amarelo.
Não está nem aí se o chamam de Zé Carioca.
Ele quer causar. 
É da velha regra do "falem bem, falem mal, mas falem de mim".

Necessário (e importante) dizer que antes de tudo isso, Hang é um empreendedor nato, e um campeão. Gênio.
Não é filho de pai rico, ao contrário. Vem de família simples, pobre.
Começou um negócio pequeninho, minúsculo, mas já foi na época um "ato de bravura”.
Não satisfeito, transformou a Havan na maior do estado e do sul do país, e uma das maiores do país.

Hoje, Luciano é dos mais importantes empresários do país.
Mas virou celebridade nacional pela sua trajetória empresarial e também pela perfomance nas redes sociais, onde faz valer os seus conhecimentos de marketing (que não são poucos).

Se Luciano fosse senador, o estado catarinense estaria representado pelo melhor porta voz de uma faixa do eleitorado com um perfil ideológico bem definido, mas principalmente por alguém que conhece as angústias do setor produtivo e dos empreendedores que lutam dia a dia pela sobrevivência.

Na tribuna do Senado, faria ferver. Porque não é dado a meias palavras. É daqueles que vai direto ao ponto.

Mas não vai rolar.
Possibilidade descartada. Pode riscar o nome dele do seu caderno de candidatos. Ele não embarcou.

Quem vai?
Não se sabe. Ninguém imagina. Tudo muito “verde" ainda.
O quadro de candidatos está na estaca zero.
Até porque muitos aguardavam a decisão de Hang.
Alguns, porque não teriam menor motivação de disputar eleição contra ele.
Outros, porque se imaginavam “plano b”. Poderiam ocupar o espaço se ele não levasse o projeto adiante.
Um deles, o criciumense Daniel Freitas.

Filho de Ronaldo, neto de Hilário, bisneto de Diomicio, ele pode buscar a vaga que foi prometida ao seu bisavô, mas não entregaram.

Diomicio foi o maior "capitão de indústrias” do sul catarinense, dono de mina de carvão e indústrias cerâmicas.
Foi também o maior líder político da sua época no sul.
Na urna, foi eleito vereador, deputado estadual e deputado federal.
Em 1964 esteve entre os líderes nacionais do movimento que levou à deposição do presidente João Goulart e a posse dos militares.

Por sua trajetória, Diomicio “quase" foi governador. Quase.
E quase foi senador.

Chegou a estar “mapeado”.
Na época, cada estado tinha um senador nomeado, que era chamado de “biônico”.
Os políticos do estado indicavam, via partido do governo, e o presidente da República nomeava.

Em 1978 o senador nomeado de Santa Catarina seria Diomicio. Estava tudo certo.
No “caminho" até a nomeação, no entanto, uma mudança.
Diomicio virou suplente de Lenoir Vargas Ferreira.

Não era o combinado.
Mas, para não fazer confusão, e diante do compromisso que Lenoir iria partilhar o mandato com Diomicio, a “manobra" foi assimilada.

E ficou só no prometido.
Diomicio nunca subiu à tribuna do Senado.

Morreu em 1981, num acidente de carro na BR-101, sem ter sido um dia sequer senador.

Cinco anos depois, morreu Lenoir e acabou assumindo como senador efetivo o segundo suplente. Arno Damiani, de Tubarão.

Agora, se as articulações derem certo, a conjunção dos astros ajudar e se o “povo" apoiar, Daniel, o bisneto, pode entregar à família um título que os comandantes políticos do estado na década de 70 prometeram, mas não entregaram.

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