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Via Rápida: famílias ainda esperam indenizações

Plantações de Mazzuchello foram inviabilizadas após as obras passarem no meio de suas terras
Por Bruna Borges Criciúma, 06/11/2018 - 07:19
Guilherme Hahn / A Tribuna
Guilherme Hahn / A Tribuna

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Uma das obras mais aguardadas pela Região Sul está perto de completar um ano de sua inauguração. No dia 20 de dezembro de 2017 o Governo do Estado entregou a Via Rápida de Criciúma, que se tornou o principal acesso para entrada e saída da cidade. Mas, para algumas famílias, a obra vem causando mais prejuízos do que benefícios.

É o caso do Alirton Mazzuchello, morador do Bairro Segunda Linha, em Içara. A obra estadual passou no meio das terras que são da família dele há décadas, onde ele nasceu e vive até hoje. Os aproximadamente quatro hectares eram, ainda, o ganha pão de Mazzuchello, que plantava fumo na propriedade.

Para construir a rodovia o Governo do Estado ofereceu uma indenização ao agricultor, mas, considerando o valor baixo, ele tentou um acordo. “Já faz oito anos que eles depositaram um valor que não era nada, fizeram isso sem nem me perguntar o quanto eu queria pelas minhas terras”, lembra Mazzuchello. 

Depois de anos negociando e reuniões em Florianópolis, na sede da Secretaria de Estado da Infraestrutura, um acordo foi firmado. “Em outubro de 2017 eles disseram que o dinheiro estava na mão e que era apenas para eu esperar a inauguração da Via Rápida para receber. Estou até hoje esperando”, conta.

Ação judicial interrompida

Segundo o advogado de Mazzuchello, José Luiz Medeiros, a ação judicial que estava correndo foi interrompida na esperança de que o acordo fosse cumprido. “Quando fizemos o acordo, eu fui até o juiz e conversei que ele que seria resolvido, então o processo foi paralisado. Eles disseram que já tinham o dinheiro, mas agora a gente liga para lá e nada acontece”, afirma Medeiros.

“Só aqui no meu escritório eu tenho três casos de pessoas que ainda não foram indenizadas. Nós estamos até vendo uma alternativa, mas ninguém quer nos receber para conversar. É realmente lamentável”, complementa. 

Plantações inviabilizadas

Aguardando a indenização pelos trechos de sua propriedade por onde hoje passam os veículos que entram e saem de Criciúma, Mazzuchello também lamenta a respeito dos hectares onde antes fazia suas plantações.

“Eles destruíram o meu terreno, porque do outro lado ficou um pedaço perdido e que não tem acesso pela rodovia. Já vieram corretores de imóveis para olhar, mas sem acesso eles não querem comprar”, comenta.

“Eu antes plantava seis mil pés de fumo, a minha terra era produtiva. Agora eu plantei aipim em um pedaço, mas não rende nada”, completa.


 

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