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Urussanga: Justiça compartilha provas da “Operação Terra Nostra” com a Câmara

Vereadores podem definir pela cassação do mandato do prefeito

Por Renan Medeiros 09/05/2024 - 06:30

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A Comissão de Investigação e Processante (CIP) da Câmara de Urussanga que pode cassar o mandato do prefeito, Luis Gustavo Cancellier (sem partido, ex-PP), já tem acesso a todos os documentos produzidos na Operação Terra Nostra. O Judiciário compartilhou com a CIP os autos do processo, do inquérito policial e do pedido de prisão preventiva.

O prefeito está afastado do cargo e preso preventivamente no Presídio Regional de Criciúma, no bairro Santa Augusta, onde também está o vereador Thiago Mutini (sem partido, ex-PP). O outro vereador preso, Elson Roberto Ramos (o “Beto Cabeludo”, Republicanos), está na Penitenciária Sul. Os parlamentares não são alvos da CIP na Câmara, que tem apenas o prefeito como denunciado.

Na semana passada, Gustavo Cancellier se recusou a receber a intimação no presídio. Assim, a CIP emitiu nessa terça-feira (7) o primeiro edital de notificação. Outro será emitido na próxima segunda (13). Depois de intimado, o prefeito terá dez dias para apresentar defesa e a CIP terá 90 dias para concluir os trabalhos.

A Comissão é formada pelos vereadores Caio De Noni (MDB), Erotides Borges Filho (o Tidinho, União Brasil) e José Carlos José (o Zé Bis, PP).

Desde o dia 16 de abril, a Prefeitura de Urussanga está interinamente sob comando do vice-prefeito, Jair Nandi (PSD). Ele não tem relação com os fatos investigados.

Entenda a denúncia

A acusação é de que, sob a ordem de Cancellier, a Prefeitura de Urussanga teria comprado dois terrenos superfaturados. A defesa do prefeito nega. Um deles, para expandir a área industrial do município. O outro para a construção de uma garagem. Este último, segundo a investigação, tinha o vereador Beto Cabeludo como um dos donos.

Beto, até abril filiado ao MDB, era opositor de Cancellier na Câmara. A partir do ano passado, quando a compra do terreno estava em andamento, passou a apoiar politicamente o prefeito. Thiago Mutini estava licenciado da Câmara e era chefe de gabinete à época. Outra pessoa presa preventivamente é o ex-servidor comissionado Marcial Murara, o “Xixo”, acusado de operacionalizar a compra.

A denúncia do Ministério Público ainda pede a condenação de ex-integrantes de uma comissão para avaliação de bens imóveis, que avalizaram a compra a partir de laudos sob suspeita, e dos proprietários dos terrenos.

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