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Uma técnica milenar e terapêutica

Miniaturização de árvores pelo bonsai pode ser tratamento alternativo a transtornos de ansiedade
Por Fagner Santos Criciúma, SC, 25/09/2018 - 15:50 Atualizado em 25/09/2018 - 15:53
Daniel Búrigo / A Tribuna
Daniel Búrigo / A Tribuna

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Cultivado, plantado em bandeja ou vaso é a tradução literal para as palavras japonesas Bon e Sai. A técnica milenar criada na China e aperfeiçoada no Japão consiste na aplicação de técnicas de redução de tamanho em espécies comuns de plantas, à escolha do bonsaísta.

Até o próximo sábado, uma exposição de bonsais no embalo da abertura da primavera pode ser contemplada pelos visitantes do Shopping Della. Mais de 20 espécies para contemplação e compra estão expostas durante a mostra, no primeiro andar.

O publicitário e bonsaísta

Ângelo Coffy, responsável pela exposição no Della e que possui o bonsai como hobby há mais de 15 anos, teve o primeiro contato com o processo para criação de árvores em miniatura justamente em uma mostra e, desde então, dedica cinco horas diárias para o cultivo de mais de 45 árvores em sua coleção pessoal. O bonsaísta passou a utilizar o contato com as plantas como tratamento alternativo para a Tensão de Ansiedade Generalizada (TAG).

Um dos requisitos básicos para o bonsai é a paciência do cultivador. Isso porque as plantas podem demorar quase uma década para atingir o início do desenvolvimento visual desejado. “É preciso dedicação extensa e muito cuidado para que a planta não morra, já que as técnicas podem exigir grandes sacrifícios por parte de quem realiza o bonsai”, afirmou. “A rotina de quem cultiva deve ser adaptada à planta, e nunca o inverso. O bonsai requer muita paciência para alcançar resultados satisfatórios”, complementou. 

Com o cultivo, é possível que se fixe a capacidade de esperar para alcançar objetivos, e a prova disso é que Ângelo deixou de utilizar remédios prescritos para controlar a ansiedade. “Se eu focasse minha ansiedade na planta, ela morria, por isso aprendi a controlar. O bonsai pode proporcionar o desenvolvimento e o controle emocional de quem pratica, além de possibilitar a pacificidade através da contemplação de uma obra de arte inventada há milênios, mas replicada ainda hoje”, disse. É com o bonsai que o publicitário descarrega o cotidiano corrido. 

A prática, como é

Para que as árvores em miniatura possam alcançar o visual desejado, algumas técnicas de controle de crescimento e redução de tamanho devem ser seguidas. A fase chamada de pré-bonsai, que pode levar entre sete e oito anos, é quando as características da planta são moldadas utilizando como base uma planta adolescente ou adulta.

“O mais comum é que sejam utilizadas as plantas entre 15 e 20 anos de idade e, a partir dela, selecionar as características desejadas para que a mesma pareça com uma árvore comum, mas em miniatura”, explicou o bonsaísta. As técnicas utilizadas para o bonsai são o controle de água e humidade, adubação, exposição ao sol e chuvas e controle de mineração da planta. Folhas, galhos, flores e frutos inseridos em um recipiente raso passam, então, a crescer de maneira proporcional aos cuidados e técnica empregados durante o cultivo. Com o cuidado correto, as árvores em miniaturas podem durar décadas ou até séculos. “Se meus filhos derem continuidade, minha coleção vai viver por muitos anos”, comentou. 

Os investimentos e os cuidados

Para ter acesso ao bonsai, os iniciantes podem ter que desembolsar entre R$ 40 e R$ 400, dependendo do pré-bonsai selecionado. “Iniciar a partir da semente é muito raro, pois estamos falando de um processo de mais de 20 anos apenas para iniciar a moldagem”, expôs Coffy. Durante o dia, o acesso da planta ao sol e outros fatores climáticos deve ser controlado, e o ideal é realizar o bonsai em locais com acesso facilitado ao ar livre. 

A adubação deve ocorrer de maneira compatível à espécie de planta selecionada, e é possível encontrar adubos específicos para a técnica pela média de R$ 40. Alguns produtos para a defesa preventiva do bonsai também devem ser adquiridos. “Todo esse cuidado é porque o bonsai realmente pode ser frágil se feito de maneira errada. Aplicamos os defensivos uma vez ao mês para impedir a ação de larvas e outros agentes que podem prejudicar a planta”, detalhou o bonsaísta. 

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