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Suposto massacre em escola de Lages é flagrado pela polícia

Adolescente de 15 anos teve simulacro de fuzil e munições apreendidos, e disse à Civil que tudo não passou de uma brincadeira
ND+ Lages, SC, 01/10/2021 - 15:39 Atualizado em 01/10/2021 - 15:39
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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A Polícia Civil investiga uma suspeita de ameaça de massacre a uma escola de Lages, na Serra catarinense, por um adolescente de 15 anos. Nesta quinta-feira foi realizada uma busca e apreensão na casa do suspeito, onde a polícia encontrou um simulacro de fuzil, estojo de munições e um canivete. Em depoimento, o adolescente alegou que tudo não passa de uma brincadeira com os colegas.

“Foi localizada uma réplica de fuzil, junto com ele não havia munições, apenas estojos já deflagrados de calibre 12. e 32., e o canivete. Ao que tudo indica, se não passou de brincadeira – porque ainda está em investigação, não posso afirmar isso – felizmente conseguimos abortar isso em um estágio muito embrionário, então havia muito pouco de eventual planejamento tendo sido colocado em prática”, afirmou o delegado responsável pela investigação, Tiago Escudero.

Os policiais da DIC estavam em uma ocorrência de receptação qualificada quando tomaram conhecimento, por meio da direção do Centro de Educação Profissional, que um dos alunos havia divulgado ameaças de efetuar um atentado contra alunos e professores.

Imediatamente, os policiais passaram a colher informações sobre os fatos, qualificando o aluno e buscando identificar a veracidade das ameaças.

Durante toda a noite de quarta e início da madrugada de quinta-feira, os policiais efetuaram diligências e representaram pela busca e apreensão do celular do adolescente e de outros objetos que pudessem evidenciar o plano de ataque à escola. O pedido foi deferido pelo Poder Judiciário e dado cumprimento ao mandado. O suspeito e a mãe foram encaminhados à DIC para prestar depoimento após a apreensão.

“Segundo o adolescente, a arma teria sido presente do pai. É um brinquedo, isoladamente isso não tem nenhum problema, ela atira bolinhas de PVC, nada que pudesse causar uma lesão de interesse policial. Mas por ser uma réplica, pode assustar alguém”, disse o delegado.

Tiago Escudero explicou que a mãe sabia da existência das armas do adolescente. “A mãe dele sabia que ele tinha a arma, ele sempre pedia. Mas até aí não é tão incomum, brincadeira de polícia e ladrão é normal entre crianças e adolescentes”.

“As investigações procedem, a princípio em depoimento ele alegou que seria apenas uma brincadeira que estava fazendo com alguns amigos em aplicativo de mensagem, mas que acabou sendo ouvida por outros amiguinhos da escola e mal interpretada, por isso causou esse pânico”, destaca o delegado.

No entanto, Tiago Escudero ressalta a gravidade do assunto, que demanda uma abordagem com mais afinco. “Mas a gente ainda não se contenta só com isso. Vamos fazer perícia no celular dele, ainda temos algumas pessoas para serem ouvidas, para tratar esse caso com maior seriedade para constatar se houve uma ameaça real ou se foi mesmo só um engano”.

Ainda não há uma estimativa para o término da investigação, pontua o delegado. “A perícia tem prazo legal de 45 dias para ser realizada, isso pode ser reduzido ou ampliado conforme a facilidade do equipamento em extrair ou não as informações.”

Como o adolescente e os pais podem ser responsabilizados?

Segundo o delegado Tiago Scudero, todos os indícios colhidos até o momento não apontam para nenhum envolvimento criminoso dos pais do adolescente. "Então, na esfera criminal é muito difícil que tenha alguma penalização, talvez na esfera cível com algum tipo de cuidado em relação ao filho”.

Quanto ao adolescente, a apuração policial ainda tenta definir se houve ou não uma real ameaça à escola. Dependendo do que for decidido pela polícia, o suspeito pode ser submetido a penas previstas no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

“Vamos ver ainda qual crime pode ser enquadrado. Como foi uma coisa que, se for séria, foi abortada ainda em uma fase de cogitação, segundo a lei, não há punição para essa cogitação. Mas de qualquer forma, por ser menor ele está submetido ao Estatuto da Criança e do Adolescente, onde há algumas medidas socioeducativas de privação de liberdade”,diz o delegado.

“Em geral, são medidas curtas e a maioria acaba prevendo apenas medidas de proteção, com acompanhamentos para que se possa entender o motivo para fazer determinados atos e como impedi-lo e ajudá-lo a sair dessas ideias”, conclui o delegado Tiago Escudero.

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