Tanto no verão, época de maiores volumes de chuva, quanto no inverno, quando também acontecem temporais, é normal que cidades registrem vários pontos de alagamento. Alguns se devem à proximidade das ruas e residências com os leitos dos rios, mas, em especial nas áreas urbanas, o entupimento dos bueiros é um fator que influencia para que a água não tenha o escoamento ideal.

Percebendo a situação, o empresário criciumense Sandro de Lucca, inspirado em uma ideia colocada em prática na Austrália, pensou em desenvolver em sua empresa, a Sack Indústria de Embalagens, uma solução que pudesse ser apresentada ao poder público. Ao mesmo tempo, ele soube que o vereador Marcos Meller estava buscando alternativas para resolver esse problema.

“Através de uma entrevista que o vereador Marcos Meller deu na rádio eu percebi que era essa a nossa ideia, que poderíamos contribuir. Liguei para o vereador e disse que tínhamos algumas ideias e que nos colocaríamos à disposição para desenvolver isso, como uma alternativa”, relata de Lucca. 

O vereador, por sua vez, soube da possibilidade de implantar dispositivos de captura de lixo nos bueiros por meio de uma reportagem na televisão. “Era um projeto que foi implantado por um lojista em Blumenau e eu fui lá conhecer”, comenta Meller. “Eu vi essa como uma possível solução, até porque na última chuva que alagou a cidade a secretária de infraestrutura falou que o entupimento de bueiros contribuiu para a situação”, afirma o vereador.

Bueiro inteligente

A solução produzida pelo empresário em forma de protótipo funciona como um filtro, que é encaixado dentro do bueiro e que retém materiais como plásticos, papéis, folhas, pedaços de madeira e outros objetos, evitando com que esse lixo siga o mesmo percurso da água e chegue aos rios e oceanos. 

“O bueiro inteligente, que é o nome que foi dado, pode passar particulados, que é areia, terra, então não se pode dizer que ele retém todo o particulado sólido, mas ele retém a insanidade humana, que é o plástico, o papel, o canudinho, tudo o que o ser humano deveria jogar no lixo, mas que joga na rua e cai no bueiro”, explica de Lucca. 

O material utilizado para fabricar o dispositivo já é conhecido do idealizador. “Esse é um material que eu já utilizo aqui e que nós usamos para produzir embalagens para o agronegócio, que é para embalar batata, cebola, tudo o que tenha que ser ventilado. Um produto plástico, de alta durabilidade. Isso, se colocado e bem cuidado, vai durar anos e anos”, afirma.